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PERNAMBUCO

No Dia da Conscientização Sobre o Autismo, Governo de Pernambuco anuncia medidas e ouve cobranças

Entre as novidades está o monitoramento da população com TEA no estado

Raquel Lyra (PSDB) ouve mães de pessoas com TEARaquel Lyra (PSDB) ouve mães de pessoas com TEA - Foto: Paullo Almeida/Folha de Pernambuco

No Dia Mundial da Conscientização Sobre o Autismo, celebrado neste domingo (2), um ato promovido pelo Governo de Pernambuco levou as discussões sobre a inclusão social das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) às ruas da capital pernambucana. O evento aconteceu na Torre Malakoff, no Bairro do Recife, e contou com a presença de representantes de organizações com foco na defesa dos direitos aos diagnosticados com TEA. 

No ato, o Governo de Pernambuco lançou, oficialmente, a Carteira de Identificação de Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (CipTEA) – documento que deve auxiliar o acesso a serviços públicos – e o Grupo de Trabalho para a criação da Política Estadual para Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (PepTEA). O grupo deve ser integrado por representantes do poder público e da sociedade civil.

Além da Carteira de Identificação e do Grupo de Trabalho, a gestão anunciou que iniciará um trabalho de mapeamento das pessoas com TEA que vivem em Pernambuco. Segundo a gestão, os dados levantados nortearão o desenvolvimento de políticas públicas voltadas à população. 

“Anunciamos um mapeamento que se faz necessário para direcionar nossos esforços, de forma assertiva. Também entregamos a carteirinha às mães e responsáveis que apresentavam essa demanda. Ainda, divulgamos a criação do PepTEA, um GT que vai juntar a sociedade civil, as secretarias e órgãos como o Ministério Público para que possamos construir um plano estadual”, explicou Carolina Cabral, secretária de Desenvolvimento Social, Criança, Juventude, Prevenção à Violência e às Drogas. 

Segundo a governadora Raquel Lyra (PSDB), as ações anunciadas neste domingo (2) marcam o começo do desenvolvimento de novas políticas públicas voltadas à população diagnosticada com TEA. “O início é poder ser identificado, aparecer no censo. Daí, construiremos juntos as políticas públicas para pessoas com espectro autista. Essas iniciativas nos ajudarão a apoiar melhor as famílias e colaborar com o desenvolvimento de cada indivíduo, cada um em sua particularidade. O objetivo é garantir atendimento e acolhimentos às crianças, aos jovens, filhos e adultos diagnosticados com TEA”.

Evento tem cobranças à gestão
O evento, organizado pelo Governo de Pernambuco, também foi marcado por protestos organizados por mães de crianças com TEA. Enquanto os representantes da gestão estadual se pronunciavam, mulheres exibiam cartazes com mensagens destinadas ao poder público. Entre as principais reivindicações dos movimentos estão a adoção de terapias multidisciplinares e a inclusão de crianças e jovens diagnosticados com TEA na educação pública. 

“Precisamos de um tratamento multidisciplinar para essas crianças. Além disso, uma demanda que temos é a implantação de centros de referência para essa população em Pernambuco. Não viemos só para reivindicar, mas para ajudar a construir. Que o governo nos ouça e conte conosco na construção dessas política”, disse Andreza de Castro, presidente da Associação Mães e Anjos Azuis.  

Outra exigência feita pelas associações está relacionada ao atendimento em saúde. Ana Kate, da Aliança de Mães e Famílias Raras (Amar), relatou os problemas e pediu que mais profissionais fossem destinados ao atendimento das pessoas com TEA. “Não aguentamos mais ver as filas de espera nas demandas envolvendo o SUS. Não há consultas suficientes com profissionais especializados, como psiquiatras e neurologistas, que são fundamentais para o desenvolvimento dessas crianças”, afirmou. 
 

Mães pedem políticas públicas efetivas para crianças diagnosticadas com autismo | Foto: Paullo Almeida/Folha de Pernambuco

Joanna Costa, mãe do garoto João (4) ressaltou a importância do diálogo entre o poder público e a sociedade civil. “É importante mostrar que a pessoa que está dentro do espectro autista é viável, importante e que precisa ser totalmente integrada à sociedade. Temos que lutar, enquanto mães, pelos direitos dos nossos filhos às terapias necessárias, à educação, à saúde. A comunidade, como um todo, precisa da força dos órgãos governamentais. Unidos, conseguiremos mais soluções, especialmente para as famílias mais necessitadas”. 
 

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