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Coronavírus

No primeiro dia de restrições mais rígidas, Gravatá tem poucas ocorrências de descumprimento

A Folha de Pernambuco acompanhou a fiscalização e conferiu como foi o cumprimento da medida no município

Fiscalização do comércio em Gravatá, no primeiro dia de restrições mais rígidasFiscalização do comércio em Gravatá, no primeiro dia de restrições mais rígidas - Foto: Alexandre Aroeira/ Folha de Pernambuco

Começou a vigorar, nesta quarta-feira (26), o novo decreto do Governo do Estado que estabelece quarentena rígida no Agreste, sendo 53 municípios das Gerências Regionais IV e V, com sedes em Caruaru e Garanhuns, e 12 cidades da Geres II, sediada em Limoeiro, até o dia 6 de junho. A reportagem da Folha de Pernambuco acompanhou a fiscalização e conferiu como foi o cumprimento da medida no município de Gravatá neste primeiro dia de restrições mais rigorosas.

A partir de hoje, apenas atividades essenciais permitidas poderão funcionar nos municípios do Agreste. Já na Macrorregião 1, que engloba a capital, a Região Metropolitana e áreas da Zona da Mata, também haverá restrições nos próximos dois finais de semana. Para o Sertão de modo geral, que contempla as Macrorregiões 3 e 4, permanece o esquema de funcionamento até 20h, de segunda a sexta, e até 18h nos finais de semana.

Neste primeiro dia de quarentena rígida em Gravatá, a cidade amanheceu com o comércio fechado. Na rua Duarte Coelho, conhecida como rua do Polo Moveleiro, um dos principais pontos turísticos do Município, apenas uma loja estava apta a funcionar. A loja pet shop que abriu há quatro meses tinha Eduarda Aguiar, esposa do proprietário, tomando conta do estabelecimento e aguardando a chegada dos possíveis fregueses. 

Do outro lado da cidade, no principal centro comercial, as lojas ao redor da igreja de Santa’Ana buscavam estratégias para funcionar mesmo com a intensa fiscalização da Vigilância Sanitária. Algumas optaram por abrir apenas no formato delivery e algumas mais ousadas abriram metade da porta mesmo sabendo que seriam fechados quando passasse a fiscalização. E foi o que aconteceu com uma loja de bijuterias e uma loja de sapatos. 

Primeiro dia de restrições mais rígidas em Gravatá Foto: Alexandre Aroeira/Folha de Pernambuco

Outras, como a lojas Americanas, por exemplo, não foram fechada porque a Vigilância Sanitária explicou que, neste caso, o estabelecimento vendia produtos alimentícios e de higiene, que são considerados essenciais. 

Eduarda Aguiar argumenta que o impacto da pandemia nas contas dos lojistas será significativo, mas avalia que as quarentenas rígidas mudarão o padrão de compra dos consumidores. “Aqui a loja está aberta, é a única loja aberta da rua [do Polo Moveleiro], mas não tem muito movimento. Voltar ao normal nunca vai voltar, tudo vai voltar a trabalhar mais o delivery. Acho que desencadeou muito isso agora e a partir de agora vai ser sempre assim mesmo. A gente lojista vai se adaptar muito a isso”, disse. 

O prefeito de Gravatá, Joselito Gomes (PSB), avalia que a medida tomada pelo governador é necessária. “Recebemos o decreto, entendendo que, no momento, ele se faz necessário, porque precisamos fazer uma junção de forças para tentar diminuir a velocidade do contágio, de modo que temos várias equipes em ação para que aja a fiscalização. Agora, o mais importante é que a população possa tomar consciência do momento, entender a situação e colaborar. Trata-se de salvar vidas, mesmo sabendo que a situação econômica é delicada. Porém a indicação dos números é de crescimento dos casos graves. Não só em Gravatá, mas principalmente no Agreste de Pernambuco”, avaliou o gestor socialista.

Confira as medidas que passaram a valer no novo decreto e o que é considerado serviço essencial pelo Governo de Pernambuco

Fiscalização

Tarsila Saburido, diretora de vigilância em saúde, explicou que o balanço feito da fiscalização do primeiro dia foi considerado positivo. “Nos surpreendeu na verdade, no ponto de que havia muita resistência anteriormente, mas com o trabalho insistente e contínuo, a gente verificou que hoje eles estão até cumprindo as medidas e a indicação que está no decreto. Uma situação ou outra que estavam tentando realmente abrir, funcionar e vender produtos que não eram permitidos para este momento, mas com a conversa, não houve resistência e eles estão se adequando sem problema algum”, pontuou.

O coordenador de Vigilância Sanitária, Cleiton Cunha Nascimento, que também esteve na equipe de fiscalização desta quarta-feira, reforçou que quando o comércio não está em funcionamento, menos pessoas estão circulando nas ruas, o que garante a premissa do isolamento social. “Nós sabemos que muitos estabelecimentos relutam em fechar, até por conta de toda a situação econômica. É para isso que a fiscalização tem que estar na rua. Para identificar esse tipo de coisas, tanto se for o caso da forma educativa, e no caso de recusa a gente aplicar outras medidas mais severas”, afirmou.

“Na verdade, a vigilância sanitária, junto com a guarda municipal e a polícia militar já vem fazendo esse trabalho, de cumprimento dos decretos, hoje nós estamos apenas continuando os serviços que nós estamos exercendo desde os primeiros decretos. Atuando tanto no comércio de bairro como no comércio do centro e também na zona rural do município. Então a vigilância sanitária trabalha diuturnamente fazendo essas fiscalizações, tanto durante o dia como a noite, no sentido de coibir aqueles que insistem em descumprir com os decretos”, concluiu Cleiton Cunha.

Reunião com prefeitos
Em reunião virtual promovida pela Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Governo do Estado e prefeitos do Agreste traçaram uma estratégica conjunta para conter o avanço dos casos de Covid-19 na região, na manhã de segunda (25). O objetivo é reforçar a adoção das medidas restritivas previstas no Decreto Estadual nº50.752/2021 e intensificar a fiscalização.

Segundo o prefeito de Gravatá, a principal demanda dos municípios é acelerar a imunização. "Uma necessidade constante é a vacina. A gente  sabe que a quantidade não é suficiente e que a vacinação ainda é lenta. O desejo nosso é que pudéssemos vacinar todas as pessoas. Que bom seria", disse Joselito, pedindo que os moradores façam sua parte nos cuidados com os protocolos de saúde e com o distanciamento social. "Tudo isso faz com que possamos juntos vencer esse mal que nos atinge", salienta Joselito Gomes.

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