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Direitos Humanos

Nobel iraniana insta UE a manter a pressão e 'não ceder' ao Irã

UE já impôs várias rodadas de sanções a autoridades iranianas

Shirin Ebadi, vencedora do Prêmio Nobel, a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, a astronauta italiana Samantha Cristoforetti e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen na cerimônia para comemorar o Dia Internacional da MulherShirin Ebadi, vencedora do Prêmio Nobel, a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, a astronauta italiana Samantha Cristoforetti e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen na cerimônia para comemorar o Dia Internacional da Mulher - Foto: Frederick Florin/AFP

A ativista e advogada iraniana Shirin Ebadi, vencedora do Prêmio Nobel da Paz em 2003, pediu nesta quarta-feira (15) à União Europeia (UE) que mantenha pressão sobre o governo iraniano em questões de direitos humanos.

"A ajuda ao Irã, os contratos com o Irã e os acordos com o Irã devem estar sujeitos ao respeito pelas normas internacionais. Caso contrário, o dinheiro não beneficiará o povo iraniano de forma alguma", pediu Ebadi à UE em um discurso ao Parlamento Europeu.

Ebadi, que vive no exílio, garantiu que "as sanções funcionam" quando se trata do Irã. "Não cedam a esse regime", disse ela aos eurodeputados.

A UE já impôs várias rodadas de sanções a autoridades iranianas após a feroz repressão aos protestos que eclodiram em todo o país pela morte da jovem curda Mahsa Amini enquanto estava sob custódia policial.

No entanto, até agora a UE não resistiu às pressões de vários países do bloco, especialmente Alemanha e Holanda, além do próprio Parlamento Europeu, para classificar a Guarda Revolucionária como um "grupo terrorista".

Nesta quarta-feira, Ebadi insistiu categoricamente que a Guarda Revolucionária é "um grupo terrorista" e a UE deve "dizer isso oficialmente", acrescentou.

Segundo Ebadi, na repressão aos protestos "pelo menos 500 pessoas" foram mortas e outras 20 mil foram presas.

"Não desviem o olhar das enormes violações dos direitos fundamentais no Irã", insistiu.

Em sua fala, a ativista minimizou versões sobre a relação entre a pobreza no Irã e as sanções impostas pela comunidade internacional àquele país. Nesse sentido, culpou o "desvio de verbas" e as "más políticas econômicas".

"A democracia é a chave para o futuro do Irã, é a chave para a paz e a estabilidade em toda a região e também é do seu interesse. Se a democracia chegar ao Irã, haverá menos refugiados", destacou a ativista.

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