Noronha: filhote de tubarão é encontrado ferido após ficar com elástico de cabelo preso na boca
Banhistas avistaram o animal ferido e comunicaram ao Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio)
Um filhote de tubarão-limão foi encontrado ferido em Fernando de Noronha após ficar com um elástico de cabelo preso na boca. A remoção do objeto foi realizada no último sábado (29), por pesquisadores do Projeto Tubarões e Raias de Noronha.
Segundo o mergulhador e voluntário do projeto, Daniel Silva, banhistas avistaram o animal ferido e comunicaram ao Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio).
"Informaram a uma das voluntárias do ICMBIO que me enviou um vídeo do filhote de tubarão", afirmou Daniel, que foi ao ponto indicado, na Praia do Sueste, e localizou o animal.
Leia também
• Derramamento de óleo pode ter provocado deformidades em cavalos-marinhos em Pernambuco
• Maior peixe-leão do mundo é capturado em Noronha; conheça a espécie, considerada superpredadora
• Monstro-de-gila: conheça o lagarto venenoso do deserto que virou chave para a criação do Ozempic
É o mergulhador quem aparece nas imagens que circulam nas redes sociais segurando o tubarão ferido. Na gravação, ele mostra o elástico de cabelo preso na boca no animal.
Com bastante cuidado, Daniel fez a retirada do objeto e devolveu o animal ao mar. Segundo o pesquisador, a espécie tubarão-limão é comum na região e usa a ilha de Fernando de Noronha como berçário.
A coordenadora do Projeto Tubarões e Raias, Bianca Rangel, fez um alerta sobre o impacto da poluição das águas e da pesca irregular na região.
"Esse é o segundo registro que recebemos em menos de um mês de um tubarão com objeto preso ao corpo. Além disso, temos encontrado um crescente número de filhotes de tubarões com anzóis na boca, indicando também um possível impacto da pesca em áreas de berçário", afirmou.
Bianca também destacou que a rede de monitoramento participativo foi essencial para encontrar o animal, que, segundo ela, aparentava estar magro no momento do resgate.
"Não conseguimos aferir quanto tempo o elástico estava no animal. Mas devido o grau das lesões, parecia estar nele há alguns dias ou até mesmo semanas. Provavelmente o elástico preso em sua boca o limitou de se alimentar", afirmou Bianca.
A pesquisadora informou que os filhotes são monitorados por meio de microchip, que funcionam como um CPF para a individualização dos tubarões.