Noruega reforça apoio ao Fundo Amazônia
De acordo com Marina Silva, o fundo conta com mais de 3 bilhões de reais disponíveis para financiar projetos
A Noruega reforçou, nesta quarta-feira (22), seu apoio ao fundo de financiamento internacional para proteger a Amazônia e disse que ajudará o Brasil a buscar novos doadores, durante uma visita de seu ministro do Meio Ambiente, Espen Barth Eide, a Brasília.
O país nórdico aporta mais de 90% dos recursos do Fundo Amazônia, destinado a financiar projetos de preservação ambiental na floresta.
Porém, assim como a Alemanha, interrompeu sua cooperação em 2019 devido à falta de compromisso do ex-presidente Jair Bolsonaro com a preservação da Amazônia.
"Temos 15 anos de história trabalhando juntos (...) Queremos continuar por esse caminho", disse Barth Eide a jornalistas após se reunir com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
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O norueguês assegurou que seu país vem trabalhando junto governo do presidente Lula antes mesmo da posse para "descongelar rapidamente" os recursos e que isso já "ocorreu".
"As instituições estão em seu lugar e o fundo continua funcionando (...) Vamos manter nosso apoio e estamos tentando mobilizar também outros doadores para que se unam" a estes esforços, afirmou o ministro norueguês.
De acordo com Marina Silva, o fundo conta com mais de 3 bilhões de reais disponíveis para financiar projetos que já haviam sido aprovados e outros novos, com foco especial nos povos indígenas e no combate ao desmatamento.
O presidente Lula prometeu, após ser eleito, que faria tudo o possível para acabar com o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030.
Após ser empossado para o terceiro mandato na Presidência, em janeiro, mobilizou as agências de proteção ambiental, relançou um programa nacional de proteção da floresta e retomou o diálogo internacional em busca de apoio.
No mesmo mês, recebeu em Brasília o chanceler alemão, Olaf Scholz, que anunciou que seu país estava disposto a contribuir com 200 milhões de euros - 1,137 bilhão de euros - para o Fundo Amazônia.
Marina Silva se reuniu este mês com John Kerry, enviado especial para o clima dos Estados Unidos, que reafirmou o desejo de Washington de contribuir para o Fundo Amazônia.
Segundo a ministra, França e Espanha também sinalizaram seu interesse em contribuir.
Durante o governo Bolsonaro, um aliado do agronegócio e negacionista das mudanças climáticas, o desmatamento anual médio na Amazônia brasileira aumentou 75,5% em relação à década anterior.
Dados oficiais revelam que o governo atual tem um grande desafio pela frente.
Após cair 61% em janeiro, o desmatamento na Amazônia aumentou 62% em fevereiro (322km²) em relação a fevereiro de 2022, um recorde para esse mês.