Guerra na Ucrânia

'Nós os surpreendemos': tropas ucranianas recuperam cidade perto de Kharkiv

Durante os confrontos, vários veículos blindados russos foram destruídos

Um militar ucraniano caminha na vila de Mala Rogan, a leste de Kharkiv, depois que as tropas ucranianas retomaram a vila em 28 de março de 2022Um militar ucraniano caminha na vila de Mala Rogan, a leste de Kharkiv, depois que as tropas ucranianas retomaram a vila em 28 de março de 2022 - Foto: Aris Messinis / AFP

No mapa pode ser apenas uma pequena cidade com pouquíssimos habitantes. Mas para os soldados ucranianos, a remoção das tropas russas de Mala Rogan, a poucos quilômetros de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, é uma vitória. 

Nesta segunda-feira (28), a situação estava calma na região, embora explosões altas pudessem ser ouvidas de longe. Sob céu azul, os militares ucranianos continuaram a realizar operações de segurança e reforçaram suas posições em torno de casas danificadas. 

Os corpos de dois soldados russos ainda jaziam em uma das avenidas da cidade. Pelo menos dois outros corpos foram jogados em poços. 

"Pode contaminar a água", reclamou um suboficial, vestido com um gorro camuflado e colete à prova de balas. "Há corpos russos em todos os lugares, não os contamos", explica ele. 

Um militar ucraniano diz que pelo menos 25 soldados russos foram mortos. "Um dos nossos morreu", acrescenta.

"Há outros corpos pela cidade. Os russos não se importam com seus mortos, eles não querem recuperá-los", diz o suboficial com um ar de desgosto. 

Durante os confrontos, vários veículos blindados russos foram destruídos. 

Nos pátios das casas incendiadas, ainda é possível ver as estruturas carbonizadas de alguns veículos, incluindo um caminhão russo com o símbolo "Z".

10 horas de combate

As tropas de Kiev começaram o ataque no meio da semana com um grupo de combatentes que entraram na área ao amanhecer. 

“Cada um carregava 50 kg nos ombros, tínhamos Javelin (lançadores de foguetes de fabricação americana)”, explica um dos participantes da operação, o sargento Valery, 54. 

O soldado, que trabalhava para o metrô de Kharkiv e lutou pelo exército soviético no Afeganistão, se alistou nas tropas ucranianas após a invasão russa em 24 de fevereiro. 

"Eu esperava que eles me dessem uma pá e uma arma velha, como no Afeganistão, mas veja", diz ele, estendendo os braços para mostrar seu equipamento. 

"A luta durou cerca de 10 horas. Nós os surpreendemos, eles foram instalados em porões onde tentaram resistir. Demos a eles uma oportunidade de se render. Lá eles...", continua dando de ombros. 

Cerca de 180 soldados russos se estabeleceram na cidade, segundo seu relato. "Cinco foram capturados, um dos quais tentou fugir e também foi morto", explica. 

Um dos prisioneiros disse que era um ex-combatente do contingente russo na Síria, segundo o sargento Valery. "Às vezes os russos agem como civis, infiltram-se em nossas linhas", confidencia o soldado.

Contraofensiva

A libertação de Mala Rogan foi adiada porque alguns franco-atiradores russos estavam escondidos em casas ou nas florestas ao redor, diz ele. Depois houve muitos bombardeios. "Era muito bonito, todos aqueles incêndios à noite", diz um soldado ironicamente. 

A tomada de Mala Rogan "é muito importante porque daqui [soldados russos] bombardeiam constantemente áreas residenciais da cidade", disse o prefeito de Kharkiv, Igor Terekhov, à mídia local. 

No entanto, na cidade vizinha de Vilkhivka, alguns quilômetros mais ao norte, os combates já duram vários dias. O local também é usado para bombardear Kharkiv. "Aqui avançamos, mas em Vilkhivka paramos...", comenta outro soldado. 

“Teremos que resolver esta situação o mais rápido possível, a primavera está chegando e será hora de plantar batatas”, brinca o homem, que também é agricultor.

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