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Nova injeção causa perda de 20% do peso em um ano, mostra estudo

Após os testes terem sido concluídos, muitos participantes mantiveram a redução por até 150 dias

Perda de pesoPerda de peso - Foto: @spukkato/Freepik

A farmacêutica Amgen anunciou hoje que um medicamento experimental para obesidade ajudou pacientes a perderem, em média, até 20% de seu peso em um ano. O fármaco, com o nome comercial MariTide, é administrado por injeção uma vez por mês, em comparação com os outros medicamentos para obesidade, como Wegovy e Mounjaro, que já estão no mercado e são aplicados uma vez por semana.

Os dados vieram de um ensaio clínico com quase 600 pessoas. Foi um estudo de fase 2, a segunda de três etapas, testando tanto a eficácia quanto a segurança. O medicamento ainda precisa passar por mais testes clínicos, com uma quantidade maior de pacientes, para solicitar a aprovação de uma agência reguladora antes de ser comercializado.

A Amgen não forneceu dados detalhados — esses serão divulgados posteriormente em um estudo revisado por pares e apresentados em uma reunião, segundo a empresa. Para atender aos requisitos da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, a companhia forneceu apenas os chamados dados preliminares, que podem afetar o preço de suas ações.

Ainda assim, o pesquisador de diabetes e obesidade da Universidade de Harvard, Jeffrey Flier, afirma que os resultados são “promissores”: — (O MariTide) pode ser um futuro agente em um mercado altamente competitivo.

O diretor científico da empresa, Jay Bradner, destaca um efeito surpreendente do medicamento: quando o estudo foi concluído, muitos participantes mantiveram a perda de peso por até 150 dias. Isso abre a possibilidade de injeções menos frequentes, ou até mesmo de pacientes não precisando usar o medicamento de forma permanente.

A Amgen também testou o MariTide em uma população com diabetes tipo 2 — um grupo que tende a perder menos peso com os novos medicamentos para obesidade. Em média, os participantes tiveram uma redução de até 17% do peso inicial.

Alguns pacientes apresentaram efeitos colaterais, como náuseas que duraram em média seis dias e vômitos que persistiram de um a dois dias. Em cada caso, os efeitos adversos desapareceram por conta própria.

A droga da Amgen se diferencia no modo de ação dos medicamentos para obesidade atualmente vendidos, como o Wegovy, da Novo Nordisk, e o Zepbound (Mounjaro), da Eli Lilly. Esses medicamentos são análogos de GLP-1, ou seja, eles simulam a ação do hormônio intestinal GLP-1.

Já o MariTide é um anticorpo, um tipo de medicamento que tem efeito prolongado no corpo. O anticorpo contém dois peptídeos que também se ligam aos receptores de GLP-1.

O próprio anticorpo bloqueia os efeitos de outro hormônio intestinal conhecido como GIP. Bradner explica que a empresa decidiu bloquear o GIP porque tinha dados genéticos da Islândia indicando que pessoas com uma variante que impede o funcionamento do GIP eram naturalmente mais magras.

Mas ainda não se sabe exatamente por que o medicamento é eficaz. Os medicamentos da Eli Lilly (Mounjaro e Zepbound), por exemplo, ativam o GIP. Então, por que um medicamento como o MariTide, que inibe o GIP, seria tão eficaz? A empresa está patrocinando estudos em camundongos para tentar descobrir a resposta.

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