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Saúde

Nova tecnologia do SUS é capaz de diagnosticar e tratar câncer de pele no mesmo dia

Procedimento sem cortes idealizado pela USP poderá substituir cirurgias

Câncer de peleCâncer de pele - Foto: Freepik

O Sistema Único de Saúde (SUS) irá incorporar uma nova terapia fotodinâmica para o tratamento de pacientes com câncer de pele capaz de avaliar e tratar a doença no mesmo dia, evitando mutilações e procedimentos dolorosos. A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) recomendou a adoção do aparelho ao sistema público no final de junho.

De baixo custo e fácil produção, o serviço foi projetado pelo Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP) e é o único no mundo que permite o diagnóstico e o tratamento do tumor. Segundo a Conitec, esse foi o primeiro pedido de incorporação de uma tecnologia no SUS feito por uma universidade.

A comissão observou que há bom resultado da terapia fotodinâmica para pacientes com câncer de pele não melanoma do tipo carcinoma basocelular superficial e nodular, e que ela se mostra como alternativa segura e eficaz para os casos em que a intervenção cirúrgica não é recomendada.

O carcinoma basocelular é o mais frequente entre todos os tipos de câncer malignos diagnosticados, e a primeira linha de tratamento é a cirurgia para a retirada das lesões.Nos casos de pacientes que não podem passar pela cirurgia ou que foram diagnosticados com tumores de baixo risco, há vantagens do procedimento em relação à cirurgia por ser um processo ambulatorial que não demanda grande infraestrutura.

A Conitec também avaliou que já existem profissionais capacitados e estrutura instalada com o equipamento em dezenas de serviços públicos de saúde.

— As universidades brasileiras têm papel central na inovação, reconhecendo as necessidades do SUS, impulsionando a pesquisa, desenvolvimento e inovação, produzindo evidências clínicas, capacitando os serviços de saúde e participando do processo de incorporação e oferta de uma nova tecnologia no SUS — disse a diretora do Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde (DGITS), Luciene Bonan.

As amostras de ensaios clínicos conduzidos pelos pesquisadores em centros de referência em oncologia indicam que as lesões apresentam taxas mínimas de recidiva após o tratamento com a terapia fotodinâmica, e o índice de cura da doença se mantém em 90%.

Como funciona
Nesse novo tratamento, a lesão é preparada para receber a aplicação de um medicamento fotossensibilizante em creme na área afetada. A luz, então, é irradiada com um comprimento de onda adequado para ativar o fotossensibilizador e destruir o tumor.

O fotossensibilizador permite o tratamento de mais de uma lesão e a repetição da terapia. Todo o processo pode ser realizado no próprio consultório médico e o tratamento pode começar poucas horas depois de diagnosticada a doença.

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