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Mutações

Novas variantes podem agravar após 10º dia de sintomas e demandar mais tempo de internação

Imagem ilustrativa do Sars-CoV-2Imagem ilustrativa do Sars-CoV-2 - Foto: Pixabay

O vírus Sars-CoV-2, causador da Covid-19, ainda tem muitos mistérios a serem desvendados. Imagine, então, as novas variantes, frutos de mutações recentes em diferentes lugares do mundo.

É sabido que elas têm características que as tornam mais transmissíveis. Porém, ainda não se sabe se são capazes de gerar casos mais graves e causar mais mortes. 

Segundo o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, os gestores têm procurado conversar com especialistas que lidam diretamente com pacientes com quadros confirmados de Covid-19 para entender mais sobre as novas variantes.

Ele disse que ainda não há condições de afirmar que a infecção por elas possa gerar quadros de maior gravidade. Mas sinalizou que tem sido observado um maior tempo de permanência dos pacientes durante o internamento. "Isso dialoga com a dificuldade por leito, pois dificulta o giro nos leitos”, disse Longo. 

O gestor comentou ainda que tem sido observado um curso diferente na doença, com agravamento mais tardio dos pacientes. “Antes, se via o agravamento por volta do sétimo ao nono dia. Vê-se que os pacientes têm agravado entre o 10º e o 12º dia." 

Outra característica que vendo notada é a quantidade maior de jovens abaixo dos 30 anos em intubação, alguns, segundo Longo, tendo que usar até pulmão artificial. 

O crescimento das internações de jovens não significa necessariamente que as variantes sejam capazes de gerar mais gravidade nesse público, mas, muito provavelmente, uma consequência da maior exposição desse grupo a situações de risco de infecção. 

Quanto mais jovens infectados, maiores as chances de surgirem pacientes graves dentro dessa população. “O vírus até poupa mais os jovens, mas eles não são invencíveis. Temos, sim, perda de jovens que se arriscam (em aglomerações)”, pontuou o secretário.  

Um estudo recente da Fiocruz do Amazonas com amostras coletadas em Pernambuco revelou que 50,8% do material pesquisado estava ligado a novas variantes. 

Não se sabe ainda, exatamente, quais as variantes foram identificadas especificamente, se a do Amazonas (P.1), do Reino Unido (B 1.1.7) ou da África do Sul (501Y.V2).  

"As novas variantes, principalmente a P.1, têm maior velocidade de contágio. Ainda estamos estudando se a mortalidade é maior. Mas, seguramente, a velocidade de contágio é maior do que na primeira onda. E isso é muito preocupante e desafiador. Ou a gente muda de comportamento ou não vamos deter a curva exponencial que é vista hoje em Pernambuco. Ainda é tempo de mudar o comportamento, ser aderente às medidas sanitárias. Ajude a gente a poder lhe ajudar. Cada pessoa hoje aguardando leito de UTI é doloroso”, finalizou Longo. 

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