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Educação

Novo adiamento para retorno das aulas presenciais em Pernambuco divide opiniões

Na próxima segunda-feira (21), Governo do Estado vai avaliar os dados da pandemia para decidir sobre o cronograma do plano de retorno das redes pública e particular de ensino

Educação remotaEducação remota - Foto: Reprodução

As aulas presenciais na educação básica de Pernambuco, suspensas desde o dia 18 de março, continuarão proibidas até a próxima terça-feira (22). Após reunião do Gabinete de Enfrentamento à Covid-19, o Governo do Estado decidiu, nesta segunda (14), prorrogar pela sexta vez o decreto que trata deste assunto. Em breve comunicado, o Executivo informou que os dados da pandemia serão avaliados novamente na segunda-feira (21), para deliberação sobre o cronograma do plano de retorno das redes pública e particular de ensino. A notícia dividiu opiniões.

Mãe de três filhos com 12, 14 e 17 anos, dois deles estudantes do Colégio Dom, em Olinda, a engenheira civil Renata do Amaral, 43, concorda com o retorno das atividades presenciais nas escolas. Contudo, ela afirma que é preciso levar em consideração as idades dos estudantes e a vontade dos responsáveis. "O ensino médio, por exemplo, deveria ser tratado de maneira isolada, pois é um período decisivo para o futuro dos adolescentes", falou. Por outro lado, há os mais cautelosos, como a psicopedagoga Ana Karla Monteiro Tenório, 49, mãe de um aluno do terceiro ano do ensino médio do Colégio Dom. "Deveríamos esperar mais um pouco. Sei que o colégio está preparado conforme as normas sanitárias, mas não tem como garantir 100% de segurança", afirma.

O presidente do Sindicato dos Professores de Pernambuco (Sinpro-PE), Hemilton Bezerra, avaliou a medida do Executivo como responsável. "Alguns países liberaram e pouco tempo depois tiveram que rever essa decisão por conta de uma nova onda da doença. Embora os números de casos e mortes tenham diminuído em Pernambuco, o vírus continua circulando", disse. Para Bezerra, o ideal seria retomar as atividades presenciais apenas quando houver uma vacina contra o coronavírus. "No Estado há regiões com queda nos índices, mas há alguma com aumento. Precisamos de uma linearidade das estatísticas no Estado como um todo para termos mais segurança", falou.

Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nos Estabelecimentos de Ensino de Pernambuco (Sinteepe), Manuel Henrique da Silva Filho, é preciso levar em consideração que nem todas as escolas têm capacidade e estrutura para atender todas as normas do protocolo feito pelo Governo. "Muitas unidades de ensino são casas conjugadas, pequenas. Não é momento de ter aulas presenciais. Precisamos cuidar primeiro da vida. O mais prudente neste momento é continuar acompanhando os números da pandemia e torcer para o surgimento de uma vacina", afirma.

Assembleia
Representante das cerca de 2,4 mil escolas particulares em Pernambuco, o presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino de Pernambuco (Sinepe), José Ricardo Diniz, afirmou que não vê coerência na decisão do Executivo. "A gente vê na prática que o discurso de educação como prioridade não se sustenta. O argumento de que a escola poderá trazer um contágio maior divide opiniões e ao mesmo tempo observamos o descontrole do retorno de várias atividades, como praias, bares, parques, ônibus, feiras", disse. Hoje o Sinepe fará uma assembleia geral para avaliar quais medidas poderão ser tomadas. Segundo Diniz, não está descartada a possibilidade de entrar com uma ação na Justiça pedindo a liberação das aulas presenciais.

Para a diretora-presidente do colégio Santa Maria, Rosa Amélia Muniz, a decisão foi de manter a suspensão das aulas é incompreensível. "Há um desaceleramento dos números da pandemia. As estatísticas mostram diariamente que estamos com menos casos. Praticamente todos os segmentos foram liberados para retomar as atividades. Nada justifica manter fechadas as escolas, onde é possível manter um ambiente controlado", comenta. Rosa Amélia também fez um alerta sobre a saúde mental dos estudantes. "Estamos vendo diversas crianças e adolescentes com problemas emocionais. O confinamento tem acarretado ansiedade, síndrome do pânico, irritação, mas o Governo parece não estar sensível a estas questões", falou.

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