Novo ministro precisa trabalhar com estados e municípios, diz OMS
Para a diretora Mariângela Simão, será preciso muita competência e firmeza para Marcelo Queiroga na condução do enorme desafio que a pandemia representa para o Brasil
A situação da pandemia continua "muito, muito preocupante" no Brasil e exige que o governo federal trabalhe em coordenação com estados e municípios, afirmou nesta segunda-feira (22) a OMS (Organização Mundial da Saúde).
A diretora do órgão regulador da OMS, Mariângela Simão, afirmou que "será preciso muita competência e firmeza na condução do enorme desafio" que a pandemia representa para o Brasil. A declaração foi uma resposta a pergunta sobre que mensagem a entidade mandaria a Marcelo Queiroga, futuro ministro da Saúde brasileiro - ele deve se tornar o quarto ocupante da pasta no governo de Jair Bolsonaro (sem partido).
"Adotar políticas de saúde baseadas em ciência nas três esferas federativas é extremamente importante num momento em que há disseminação do coronavírus em todas as regiões do país. Mais que nunca é necessário alinhamento", afirmou Simão.
Nos últimos dois dias, governadores têm declarado que há um vácuo de poder no Ministério da Saúde, já que a escolha de Queiroga foi anunciada, mas ele não foi nomeado de fato. Ao "Painel", secretários afirmaram que não há lá "absolutamente ninguém" para estabelecer diálogo ou tomar decisões.
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Nesta segunda, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), criticou a demora na transição no ministério, que classificou como 'lenta e dolorida'.
Segundo o diretor-executivo da OMS, Michael Ryan, não cabe à entidade determinar o que ministros devem fazer, mas é fundamental trabalhar com as cidades e os estados, que têm experiência na ponta do sistema de saúde: "O Brasil tem sido há décadas um líder global em saúde pública".
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que as pessoas também precisam agir seriamente para reverter a aceleração rápida no número de mortes. "Em apenas um mês, a média semanal de óbitos mais que dobrou, de 7.000 para 15 mil. Governo e população precisam levar a pandemia a sério se quiserem mudar esse quadro."