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Haiti

Novo primeiro-ministro do Haiti promete "segurança" ao assumir o cargo

Em seu primeiro discurso, o premiê Fils-Aimé prometeu dedicar toda a sua energia para salvar um país devastado pela violência

O empresário Alix Didier Fils-Aimé se tornou, nesta segunda-feira (11), o novo primeiro-ministro do HaitiO empresário Alix Didier Fils-Aimé se tornou, nesta segunda-feira (11), o novo primeiro-ministro do Haiti - Foto: Reprodução/Internet

O empresário Alix Didier Fils-Aimé se tornou, nesta segunda-feira (11), o novo primeiro-ministro do Haiti, prometendo "paz" e "segurança" para o conturbado país caribenho, depois que o conselho presidencial de transição depôs seu antecessor, apenas cinco meses depois de nomeá-lo.

Fils-Aimé, de 52 anos, foi empossado em uma cerimônia realizada em Porto Príncipe em substituição a Garry Conille, que enfrentou durante duas semanas o conselho pelo controle do governo.

Em seu primeiro discurso, o premiê Fils-Aimé prometeu dedicar toda a sua energia para salvar um país devastado pela violência das gangues.

"A primeira trarefa imprescindível e que condiciona o sucesso da transição é o restabelecimento da segurança", declarou. "O povo haitiano merece a paz, a estabilidade e um desenvolvimento sustentável".

O conselho presidencial de nove membros - formado em abril mediante um acordo entre partidos políticos e a sociedade civil - assumiu as rédeas do país após a demissão do impopular primeiro-ministro Ariel Henry em plena crise de segurança, com a promessa de frear as gangues criminosas que agem no país.

Ao assumir o cargo, Fils-Aimé se comprometeu a conter a violência das gangues que assolam o Haiti, a conduzir o país rumo às primeiras eleições desde 2016 e a nomear um primeiro-ministro à frente de um governo interino.

Conille tentou evitar sua destituição alegando que o conselho presidencial não tinha poder para derrubá-lo, o que só poderia ser feito por um Parlamento, um órgão legislativo que o país não possui.

A troca de premiê abre um novo período de incertezas na nação caribenha, que não teve nenhum dirigente eleito desde o assassinato de Jovenel Moise em 2021, e que há décadas sofre com a violência das gangues, a pobreza e a instabilidade política.

Disputa de poder
A decisão de destituir Conille, um médico de 58 anos que já havia sido primeiro-ministro durante seis meses entre 2011 e 2012, ocorreu após semanas de conflito entre o dirigente e o conselho de transição.

O órgão desejava mudar os titulares dos ministérios da Justiça, Finanças, Defensa e Saúde, uma decisão rejeitada pelo primeiro-ministro, segundo o jornal americano Miami Herald.

Conille colocou lenha na fogueira esta semana ao enviar uma carta ao conselho para pedir a demissão de três de seus membros envolvidos em um escândalo de corrupção.

Enquanto os dirigentes haitianos disputam o poder, as gangues continuam ameaçando o Estado e a população.

Vários desses grupos armados, que controlam 85% da região metropolitana de Porto Príncipe e as principais estradas do país, se aliaram em fevereiro para derrubar o governo de Henry com uma série de ataques contra infraestruturas-chave, como o aeroporto internacional, delegacias e prisões.

Missão internacional ineficaz
Uma força internacional, apoiada pela ONU e em grande parte financiada por Washington, começou a ser mobilizada neste verão para ajudar a polícia haitiana em sua luta contra as gangues.

Porém, meses depois da chegada de seus primeiros integrantes, esta missão tem demorado a apresentar resultados visíveis frente a quadrilhas bem armadas e organizadas.

Segundo um informe recente da ONU, entre janeiro e junho de 2024, houve mais de 3.600 homicídios e 1.100 sequestros no Haiti.

O documento das Nações Unidas também indica que as gangues adaptaram suas ações à mobilização da força internacional, composta por cerca de 400 policiais e militares, quenianos em sua maioria.

A violência obrigou mais de 700.000 pessoas - metade delas crianças - a abandonarem seus lares, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

Nesta segunda-feira, a companhia aérea americana Spirit Airlines relatou que um de seus aviões foi alvo de tiros ao aterrissar na capital haitiana, precisando desviar a rota para a vizinha República Dominicana.

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