Número de escolas municipais fechadas por causa da violência armada no Rio aumentou quase 100%
Nos primeiros seis meses de 2022, o número de instituições fechadas foi de 1.078, atualmente, já ultrapassa 2.120 casos
Nos primeiros seis meses de 2023, o número de escolas fechadas no Rio de Janeiro por causa de confrontos armados já alcançou o total de registros do ano passado inteiro, quando 2.128 instituições precisaram interromper o funcionamento devido aos riscos. O levantamento, feito pela Secretaria Municipal de Educação, mostra que o primeiro semestre de 2022 teve 1.078 casos, enquanto o mesmo período deste ano teve 2.129, um aumento de 97,5%.
De acordo com a secretaria, cerca de 160 mil alunos tiveram suas rotinas escolares afetadas pela violência armada, em 2022. Já atualmente, esse número chega a 163.386 alunos. O número de unidades escolares afetadas também aumentou. Ao longo de todo o ano passado, houve 405 unidades com ao menos um dia letivo interrompido devido aos confrontos. Neste ano, 500 escolas já passaram por isso.
Renan Ferreirinha, secretário municipal de Educação, considera "inconcebível" a situação escolar:
— Existe toda uma geração de alunos cariocas que estão tendo seu ensino prejudicado por conta da insegurança e dos confrontos armados. É inconcebível um aluno perder 21 dias letivos, como já aconteceu em uma de nossas escolas este ano, por causa da violência — disse.
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Para tentar amenizar a situação, a secretaria, junto com a Cruz Vermelha Internacional, implantou o Acesso Mais Seguro, mas reforça que, por causa do crescimento descontrolado da violência armada, tem sido difícil manter o funcionamento do programa.
— É surreal que tenha passado a ser parte da nossa rotina entender todo dia muito cedo se vamos conseguir abrir nossas escolas ou não porque está tendo tiroteio, operação policial, guerra de facções. Isso não pode ser normal. Tem alguma coisa muito errada na segurança pública quando a gente deixa de se concentrar no aprendizado pra poder entender se vamos conseguir abrir as unidades escolares — acrescenta Ferreirinha.