Número de mortos em Gaza sobe para 9.227, diz Ministério da Saúde
Enclave palestino tem sofrido com intensos bombardeios israelenses desde o início do conflito, no dia 7 de outubro, além de um 'cerco total'
O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, administrada pelo Hamas, informou nesta sexta-feira que o número de palestinos mortos desde o início da guerra entre Israel e o grupo terrorista, iniciada no dia 7 de outubro, subiu para 9.227. A lista inclui 3.826 menores de idade e 2.405 mulheres.
A região tem sofrido com intensos bombardeios israelenses desde o ataque terrorista do Hamas, que controla Gaza desde 2007. O grupo invadiu o território judeu em uma ofensiva terrestre, marítima e aérea, matando 1.400 israelenses e sequestrando ao menos 240 pessoas. Como resposta, Israel também impôs um "cerco total", bloqueando o acesso de comida, água, combustível e energia ao enclave palestino. A região já estava sob um severo bloqueio israelense desde 2007.
Após um acordo com os Estados Unidos e o Egito, Israel concordou com a entrada de ajuda humanitária em Gaza pelo ponto de trânsito de Rafah, única passagem na fronteira sob controle egípcio. Ainda assim, a quantidade diária de caminhões com suprimentos está aquém do que a região costumava receber antes da guerra, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). De 100 comboios necessários, o máximo que chegou a cruzar a fronteira foi 70 — e nenhum deles com combustível, necessário para energia e geradores de hospitais. Pelo menos 14 das 36 as unidades de saúde da região suspenderam suas operações, ou por falta de energia, ou pelos danos causados por bombardeios, enquanto outros operam com sobrecarga, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Moradores da região norte de Gaza, onde vivem cerca de metade da população do enclave, também receberam sucessivas ordens do Exércio de Israel para se deslocarem rumo ao sul. Na nova "Nakba" (catástrofe, em árabe), a ONU, por meio de seu escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), estima que até 1 milhão de civis foram deslocados internamente desde o início do atual conflito. Os que ficaram buscaram abrigo em hospitais da região norte ou em edifícios da agência da ONU para Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês), que tampouco estão a salvo dos ataques. Pelo menos 70 funcionários da agência morreram desde o início do conflito.
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O maior dos oito campos de refugiados em Gaza, o Jabalyia, também foi alvo de dois bombardeios israelenses sucessivos, que mataram Ibrahim Biari, um dos líderes do Hamas que comandaram o ataque terrorista de 7 de outubro. No local, segundo a ONU, há cerca de 116 mil refugiados palestinos. O campo cobre uma área de apenas 1,4 km² e abriga três escolas administradas pela agência das Nações Unidas para refugiados palestinos (UNRWA, na sigla em inglês), convertidas em abrigos para centenas de famílias deslocadas.
A ordem de deslocamento não transformou o sul do enclave mais seguro. Khan Younis e Rafah, cidades que abrigam grande parte da população que pretende deixar o território palestino em direção ao Egito, também têm sido alvo de bombardeios e ataques israelenses, enquanto também padecem com a falta de suprimentos.
Nesta sexta-feira o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, desembarcou em Israel e se encontrou com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, para falar sobre a proteção dos civis palestinos na Faixa de Gaza, onde as tropas do Estado Judeu afirmaram nesta quinta-feira ter cercado a principal cidade do enclave em sua guerra contra o Hamas — a "segunda fase" da operação israelense. A chegada ocorre em um contexto de receio de uma conflagração regional, após ataques ao norte de Israel reivindicados pelo grupo xiita libanês Hezbollah e os sucessivos avisos vindos do Irã, que financia diversas milícias ao redor do Oriente Médio. A chegada de Blinken coincide com um esperado discurso de Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, apoiada pelo Irã, a seus seguidores também nesta sexta.