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"Nunca estivemos tão perto de acordo" sobre reféns em Gaza, diz ministro israelense

Desde a trégua de novembro de 2023, todos os esforços da mediação realizados por Egito, Estados Unidos e Catar para tentar obter uma nova trégua fracassaram

Israel Katz, o ministro israelense das Relações ExterioresIsrael Katz, o ministro israelense das Relações Exteriores - Foto: Ahmad Gharabli

Os negociadores israelenses "nunca estiveram tão perto de um acordo" para a libertação de reféns em Gaza desde a trégua de novembro de 2023 na guerra entre Israel e Hamas, declarou o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, nesta segunda-feira (16).

"Nunca estivemos tão perto de um acordo sobre os reféns desde o acordo anterior", disse o ministro diante dos membros da Comissão de Relações Exteriores do Parlamento israelense, informou à AFP seu porta-voz, que confirmou as declarações de Katz nesta sessão a portas fechadas, citadas pela imprensa israelense.

"No que diz respeito às possibilidades de se chegar a um acordo de troca de presos e de cessar-fogo entre a ocupação [Israel] e a resistência [o Hamas e outro grupos palestinos], acho que de fato estamos mais perto do objetivo como nunca estivemos até agora", declarou à AFP, sob a condição do anonimato, um dirigente do Hamas contactado em Doha.

"Pode acontecer"
Todos os esforços da mediação realizados por Egito, Estados Unidos e Catar desde então para tentar obter uma nova trégua fracassaram.

No começo de novembro, o Catar anunciou que suspendia seus esforços e criticou os dois beligerantes por sua total falta de vontade para alcançar um acordo.

Mas há algumas semanas os esforços diplomáticos foram retomados, desta vez realizados de forma concertada por Estados Unidos, Egito, Catar e Turquia.

Mais tarde, uma fonte disse à AFP que uma equipe técnica israelense chegou nesta segunda-feira a Doha, no Catar, "para tratar do cessar-fogo e de um acordo sobre os reféns em Gaza".

A fonte, que pediu anonimato, acrescentou que as conversas ocorreram "entre equipes de trabalho israelenses e catarianas".

Ela também afirmou que o Hamas informou aos mediadores egípcios e catarianos que está pronto para cessar a guerra.

"Mas o Hamas se preocupa, ao mesmo tempo, porque não aceitará nada que não seja um acordo que conduza a um cessar-fogo completo e permanente, uma retirada total da Faixa de Gaza, incluindo os eixos de Philadelphi e Netzarim, o retorno dos deslocados e uma troca séria de prisioneiros", destacou.

A guerra começou com o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 contra o sul de Israel, que causou a morte de 1.208 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais.

Durante o ataque, membros do Hamas também sequestraram 251 pessoas, das quais 96 permanecem em Gaza, incluindo 34 que, segundo os militares, morreram.

A campanha de represália israelense em Gaza matou mais de 44.976 pessoas, de acordo com dados do Ministério da Saúde desse território governado pelo Hamas, considerados credíveis pela ONU.

Nesta segunda-feira, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, afirmou que as negociações têm sido produtivas nos últimos dias, mas que ainda existem reticências.

"Não posso dizer com plena certeza a vocês que isso acontecerá, mas pode acontecer", pontuou.

Na noite desta segunda-feira, o gabinete de Netanyahu informou que ele se reuniu com Adam Boehler, designado como enviado do presidente eleito Donald Trump para o tema dos reféns, que está visitando Israel.

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