"Nunca houve buscas": James Cameron questiona operação de resgate de submarino que implodiu
Cineasta diz que já sabia onde estariam destroços do submersível Titan e que emprego de navios e aeronaves durante quatro dias só 'prolongou a agonia das famílias'
O cineasta James Cameron criticou os esforços de busca e resgate pelo submersível da OceanGate, que desapareceu no domingo, com cinco pessoas a bordo, durante uma expedição aos escombros do Titanic. Depois de quatro dias de operação com navios, aeronaves e robôs de quatro países, a Guarda Costeira dos Estados Unidos anunciou a descoberta de destroços compatíveis com uma implosão.
Em entrevista à CNN, o diretor do filme de 1997 sobre o naufrágio disse que, na prática, nunca houve buscas, já que as partes da nave aquática estavam embaixo da última localização conhecida dela antes da perda de contato com a superfície.
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"Buscas, buscas, buscas... Quatro dias de buscas, procurando em todo lado", afirmou o cineasta, fazendo sinal de aspas com os dedos indicador e médio. "Estavam correndo por toda parte como se o cabelo estivesse em chamas. O submersível estava literalmente no fundo do oceano, embaixo da última localização sabida dele, que é o primeiro lugar que você olha numa busca".
Cameron, que mergulhou 33 vezes até os destroços do Titanic, afirmou que a fixação das equipes de busca e da imprensa nas 96 horas de reservas de oxigênio e em ruídos captados no fundo do mar apenas prolongou o que chamou de "pesadelo labiríntico" e o sofrimento das famílias das vítimas.
— Não se sai correndo em torno com aviões, caminhões e automóveis procurando, certo? Estava exatamente onde estava quando implodiu. No fim das contas, nunca houve buscas. O ROV esteve umas três horas na água até o encontrarem. O que isso significa? Eles foram até a última localização sabida, procuraram com o sonar, viram um relevo que não estava lá antes, foram até lá e lá estava ele.
Os destroços foram localizados na quinta-feira por um robô controlado remotamente (ROV) que havia sido lançado horas antes no local da expedição. O diretor do famoso filme "Titanic" já havia acusado a OceanGate Expeditions de ignorar os alertas de segurança, depois que o piloto Stockton Rush, o outro fundador da empresa, e mais quatro pessoas morreram na implosão do submersível Titan durante a descida a quase 4.000 metros de profundidade.