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O "Censo do não": em 1 milhão de domicílios, moradores se recusaram a responder o IBGE

Em bairros nobres, como Leblon, no Rio; Moema e Consolação, em São Paulo; e Boa Viagem, no Recife, negativa foi maior. Período eleitoral polarizado prejudicou levantamento

Recenseador do Censo 2022Recenseador do Censo 2022 - Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

Mais de 4% dos 90 milhões de domicílios brasileiros não responderam ao Censo 2022. A recusa foi bem superior ao 1,6% do levantamento de 2010, por dificuldades em encontrar as pessoas em suas casas. Para esses locais, o IBGE estimou a população.

No entanto, para além da dificuldade de encontrar os moradores, neste Censo, houve um fenômeno novo: em 1 milhão de domicílios, os moradores simplesmente se recusaram a responder o questionário.

Em São Paulo, essa recusa foi ainda maior. Na capital, mais de 4% dos lares não aceitaram responder ao Censo. As maiores taxas de recusa foram em cidades paulistas, como São Bernardo do Campo, Ribeirão Preto, Praia Grande e Paulínia.

"O Censo começa no dia 1º de agosto, no meio da campanha eleitoral, numa eleição extremamente polarizada. Em algumas vezes, a recusa era porque éramos governo, em outros momentos, pelas críticas que o presidente de República (Jair Bolsonaro) fazia ao IBGE, sobretudo na taxa de desemprego" afirmou o presidente interino do IBGE, Cimar Azeredo.

Houve estados com maior adesão ao recenseamento, com destaque para Paraíba, Roraima, com percentuais abaixo de 2%, e Piauí, Acre, Alagoas, Bahia, Rio Grande do Sul, com percentual abaixo de 2,5%.

"Onde há maior concentração urbana,foi mais difícil falar com as pessoas. Domicílios de alta renda, no Leblon, Moema, Consolação, Boa Viagem foram onde tivemos dificuldade" diz Azeredo

No outro extremo, Mato Grosso, Rio de Janeiro e São Paulo encerraram a coleta com percentual de domicílios sem entrevista acima da média brasileira. No Estado de São Paulo, chegou a ser o dobro, 8,1%, com recusa de 2,1% dos domicílios:

Segundo o presidente do instituto, foram feitas campanhas, o IBGE criou um número de telefone (137) para responder ao Censo, "mas uma parcela muito pequena não quis exercer a cidadania"

"É importante exaltar quem respondeu e chamar para uma reflexão quem ficou de fora."

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