O Dia e o dia-a-dia do professor
Na data de 15 de outubro é lembrado o “Dia do Professor", embora o feriado tenha sido antecipado neste ano. O momento é mais do que oportuno para trazermos à reflexão algumas questões relacionadas a mais importante profissão, pois que formadora das outras.
Gostaria muito de poder comemorar a data, enaltecendo algum reconhecimento (seja por parte do poder público, seja da própria sociedade), da nobre função que abracei, com amor e afinco, bem antes de me tornar defensor público. Entretanto, é lamentável não poder fazê-lo, pois a cada dia, o que se percebe é o crescimento da desvalorização do magistério.
Em se tratando de Brasil, sei que isso não é novidade. É fato público e notório que em nosso País, não só a atividade docente é menosprezada, mas tudo o que concerne à educação. Para piorar a situação, no atual Governo, o descaso para com esse direito social (elencado entre os direitos e garantias fundamentais da Constituição), passou a sofrer mais ainda, tanto em razão da ausência de políticas de incentivo e de valorização, por parte do presidente da República; como do Ministério da Educação. Essa pasta, inclusive, nunca foi tão mal ocupada, em toda a sua existência. Nem mesmo quando o chefe do Executivo era ruim, ao menos um projeto ou plano de melhoria existia. Desde a assunção do atual presidente ao cargo, o País experimentou o pior de seus momentos, na área educacional. Além do troca-troca de ministros que ocorreu no início, o atual ocupante, quando raramente aparece em público, é para dar uma daquelas infelizes declarações, que só decepcionam ainda mais.
Por isso, não se pode comemorar essa importante data, como a classe merece. Tampouco um só dia para lembrar aqueles que, no seu dia-a-dia, são tão esquecidos, não é justo. O dia-a-dia do professor pode ser concebido como um dos maiores exemplos de dedicação e de amor à profissão, para não usar aqui uma palavra tão em moda hoje, que é resiliência. A abnegação com que se revestem é o que os distingue. A preparação das aulas; as noites consumidas em claro; as manhãs e tardes, longe do lar; as longas horas de correção de provas; os “sapos” que engole em sala de aula; os sonhos de melhor condição de vida, enfim, todos esses percalços por que passa, são desafiadores. Sem contar ainda o maior problema, que sempre foi o baixo salário.
Mas a certeza de que escolheram um caminho certo e justo para a realização de projetos de vida e de um mundo melhor é o que lhes conforta e lhes confere a dignidade merecida.
Dedico este artigo a todos os colegas que escolheram a arte de ensinar.
*Professor
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