Opinião

O ensino integral é o caminho para o futuro da educação

O ensino integral é um modelo educacional importante e considerável para o desenvolvimento e crescimento da sociedade. Como um ator político que foi escolhido para trabalhar pelo povo, tenho o meu mandato na  Assembleia Legislativa com pautas focadas em ganhos reais para a vida dos pernambucanos. E não podemos negar: a educação, levando conhecimentos e formando os cidadãos, é o caminho para um futuro promissor.

No próximo ano completam duas décadas que foi implementada em nosso Estado a primeira escola em tempo integral na rede estadual, quando o Poder Executivo era comandado por Jarbas Vasconcelos. Foi em 2004, no segundo ano do seu segundo mandato (2003 a 2006), que o Ginásio Pernambucano, na rua da Aurora, no Recife, passou a adotar a jornada ampliada no  ensino médio. Jarbas, um gestor à frente do seu tempo e comprometido com a educação, desde então, acabou sua gestão, em 2006, levando o modelo integral para 13 colégios estaduais. Um feito, sem dúvidas.

Eduardo Campos, que sucedeu Jarbas no Executivo Estadual (2007), deu prosseguimento à iniciativa e vimos os indicadores de aprendizagem continuarem melhorando no Estado. No final do segundo governo de Paulo Câmara, Pernambuco já contava com 576 colégios integrais na rede estadual, atendendo cerca de 225 mil alunos (25 mil nas séries finais do ensino fundamental, 6º ao 9º ano; e 200 mil no ensino médio). Além de continuar o modelo de ensino em tempo integral, a governadora Raquel Lyra, no seu programa Juntos pela Educação, prevê a criação de 15 mil vagas na educação integral nas redes municipais. São esses fatos reais que acrescentam.

O Brasil se prepara para elaborar um novo Plano Nacional de Educação (PNE), a ser enviado para o Congresso Nacional no próximo ano. Este vai elencar metas para a educação brasileira na próxima década, ou seja, de 2024 a 2034. As discussões nos estados e municípios já estão acontecendo e os resultados serão apresentados em janeiro na Conferência Nacional de Educação (Conae), que acontecerá em Brasília.

Uma das metas do atual PNE - que expira agora em 2023 -  é ampliar o número de escolas e matrículas no ensino integral. A meta 6 estipulou a oferta de educação em tempo integral para 25% dos alunos da educação básica. E dita que 50% das unidades públicas de ensino deveriam ter estudo integral, com atividades escolares diárias de no mínimo 7h. Mas o relatório do 4º Ciclo de Monitoramento das Metas do PNE 2022 revelou cenário diferente: em 2021 havia somente 15,1% de matrículas em tempo integral na rede pública brasileira. E apenas 22,4% das escolas ofereciam ensino integral.

Enfim, se observarmos por etapa, no Brasil, o ensino integral para as crianças do ensino fundamental é oferecido a 14,4% dos estudantes. Aqui, chegamos à metade desse índice, com 7,8% e ocupando a 16ª posição no País. O nosso vizinho Ceará lidera com 41% das crianças ficando mais tempo na escola. No ensino médio, Pernambuco é o Estado com maior percentual, 62,5%, tornando-se referência nacional. Os dados são do Censo Escolar 2022 do Ministério da Educação (MEC).

Falando dos municípios pernambucanos, para que consigam oferecer tempo integral, a maioria dos prefeitos precisa de ajuda técnica e financeira. Expertise o Estado tem. E conta também com recursos da União. É uma política pública que deve ser ampliada e fortalecida, desta vez com o olhar para nossas crianças e adolescentes que estão na última etapa do ensino fundamental e cujos indicadores de aprendizagem não são tão positivos.

Em um cenário cada vez mais competitivo no mundo do trabalho,  pesquisa do Centro de Evidências da Educação Integral, do Insper, conduzida pelo economista Ricardo Paes de Barros, indica que esse é um dos caminhos para melhorar o futuro dos jovens: a renda do aluno de ensino médio que estudou em escola em tempo integral será 15% superior ao longo de sua vida profissional, comparado com um colega que esteve na escola regular .Por mais que os números  sejam positivos, não podemos ignorar os desafios a serem enfrentados. A expansão do ensino integral requer investimentos substanciais em infraestrutura, capacitação de professores e recursos educacionais.

A parceria entre o governo, educadores, pais e comunidades é essencial para o sucesso do ensino integral. Todos  desempenham papel importante na formação dos jovens. Portanto, é vital que continuemos a apoiar e fortalecer esse modelo educacional, garantindo que ele seja acessível a todos os estudantes, independentemente de sua origem social ou econômica.

Assim sendo, entendemos que o  pioneirismo do ensino integral em Pernambuco provou ser uma estratégia promissora para melhorar a qualidade da educação e preparar nossos jovens para um futuro de sucesso. Precisamos continuar a investir, inovar e colaborar para assegurar que esse modelo educacional continue a florescer. Uma boa educação repercute no desenvolvimento econômico, na segurança pública, na diminuição das desigualdades...E é isso que perseguimos. Com afinco.



Deputado Estadual (MDB/PE)
 

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