Pouso na Lua

Entenda fracasso do primeiro pouso na Lua de empresa privada dos EUA

O dispositivo também transporta um veículo do tamanho de uma caixa de sapatos construída pela Universidade Carnegie Mellon

Módulo lunar privado americano que decolou na segunda-feira (8), teve sérios problemas durante o vooMódulo lunar privado americano que decolou na segunda-feira (8), teve sérios problemas durante o voo - Foto: Gregg Newton/AFP

O módulo lunar privado americano que decolou na segunda-feira (8), mas depois teve sérios problemas durante o voo, não tem "nenhuma possibilidade" de realizar um pouso suave na Lua, declarado nesta terça-feira (9) a empresa Astrobotic, que desenvolveu o dispositivo.

A missão seria a primeira a explorar um módulo americano na Lua desde o fim do programa Apollo, há mais de 50 anos. Além disso, a Astrobotic queria ser a primeira empresa privada a conseguir sondar o satélite natural.

Após um "vazamento" de combustível, "infelizmente não há possibilidade de um pouso suave na Lua", declarou a Astrobotic em comunicado publicado na rede social X.

Apesar deste fracasso, “ainda temos bastante combustível para continuar operando o veículo como uma nave”, indicou a Astrobotic. “Estimamos atualmente que o combustível vai acabar em cerca de 40 horas”, acrescentou.

A jovem empresa com sede na Pensilvânia afirmou que continua recebendo "dados valiosos" para sua próxima tentativa de alunissagem.

O módulo lunar decolou da Flórida na segunda-feira, anexou um novo foguete Vulcan Centaur do grupo industrial ULA.

Batizada de Peregrine, uma cápsula desenvolvida pela Astrobotic com apoio financeiro da Nasa, que contratou uma empresa para transporte de material específico para a Lua, um negócio superior a 100 milhões de dólares (R$ 489 milhões, na cotação atual).

Os Estados Unidos têm recorrido ao setor privado em um esforço para estimular uma economia lunar mais ampla e enviar sua própria nave a um custo baixo, dentro do programa Commercial Lunar Payload Services (CLPS).

“Os voos espaciais são uma aventura audaz”, reagiu na segunda-feira o administrador da Nasa, Bill Nelson, na rede X. “A @NASA seguirá ampliando nosso alcance no cosmos com nossos parceiros comerciais”, acrescentou.

Outra empresa americana selecionada pela Nasa para seu programa, Intuitive Machines, tentará novamente uma aventura em breve, já que tem prevista uma decolagem rumo à Lua, possivelmente em meados de fevereiro, com um foguete da SpaceX.

Missões perigosas
O bordo do módulo Peregrine contém um conjunto de instrumentos científicos que seriam utilizados para estudar a radiação e a composição da superfície lunar, o que permitiria abrir caminho para o retorno dos astronautas à Lua.

O dispositivo também transporta um veículo do tamanho de uma caixa de sapatos construída pela Universidade Carnegie Mellon, um bitcoin físico e, algo um tanto polêmico: restos cremados e DNA, incluindo o criador de Star Trek, Gene Roddenberry; do lendário autor de ficção científica, Arthur C. Clarke, e de um cachorro.

A Nação Navajo, o maior grupo indígena dos Estados Unidos, se opõe ao envio de restos humanos, argumentando que isso profana elementos sagrados para sua cultura. Embora tenham marcado uma última reunião com representantes da Casa Branca, da Nasa e outras autoridades, suas objeções foram ignoradas.

Até agora, apenas agências espaciais nacionais foram realizadas uma alunissagem suave no satélite natural da Terra: a União Soviética foi a primeira, em 1966, seguida pelos Estados Unidos, que continua sendo o único país que levou humanos à Lua.

A China tocou a superfície do satélite natural com sucesso em três graças na última década, e a Índia foi a mais recente, ao conseguir a fachada em sua segunda tentativa no ano passado.

Nos últimos anos, missões privadas de Israel e do Japão, e também noutra recente da agência espacial russa, fracassaram em tentativas de sondagem na Lua.

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