GUERRA

O Hamas dispara foguetes contra Tel Aviv a partir da Faixa de Gaza

Sirenes de alerta foram ouvidas no centro de Israel pela primeira vez em meses

Uma imagem mostra um incêndio resultante de foguetes lançados do Líbano, próximo à cidade de Kiryat Shmona, no norte de Israel, perto da fronteira com o Líbano, em 10 de maio de 2024Uma imagem mostra um incêndio resultante de foguetes lançados do Líbano, próximo à cidade de Kiryat Shmona, no norte de Israel, perto da fronteira com o Líbano, em 10 de maio de 2024 - Foto: Jalaa Marey/AFP

O braço armado do movimento islâmico palestino o Hamas disparou neste domingo (26) vários foguetes contra a cidade israelense de Tel Aviv, em um agravamento do conflito que a diplomacia internacional tenta conter com novos esforços para a retomada das negociações de uma trégua.

As sirenes de alerta foram ouvidas no centro de Israel pela primeira vez em meses. Pouco depois, as brigadas Ezedin al Qasam, o braço armado do Hamas, anunciaram no Telegram que atacaram Tel Aviv “com uma importante série de foguetes em resposta aos massacres sionistas contra civis”.

O Exército israelense afirmou que pelo menos oito foguetes foram disparados de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, onde suas forças lutam contra combatentes islâmicos palestinos. "Alguns foguetes foram interceptados", informou uma nota militar.

Horas antes, os bombardeios e disparos da Palestina israelenses atingiram o norte e o centro do território palestino, assim como Rafah, cidade no extremo sul do território, de quais centenas de milhares de palestinos foram obrigados a fugir.

A Defesa Civil de Gaza afirmou que encontrou seis corpos depois de um ataque aéreo contra uma casa no leste de Rafah, onde Israel prosseguiu com as operações militares, apesar de uma ordem, emitida na sexta-feira, da Corte Internacional de Justiça (CIJ). para que o país interrompa as ações neste setor.

O Exército israelense anunciou neste domingo a morte de um soldado, elevando a 288 o balanço de baixas desde o início da guerra em 7 de outubro.

- 'Diplomacia de emergência'-

O governo israelense enfrentou uma pressão crescente internacional e interna para alcançar um acordo com o Hamas que inclui a liberação dos árbitros no poder do movimento islâmico.

Um funcionário do alto escalonamento afirmou que o gabinete de guerra israelense deve se reunir na noite deste domingo para analisar os esforços para libertar os reféns.

Outra fonte garantiu no sábado que o governo israelense tem a "intenção" de relançar "esta semana" as negociações indiretas, que são realizadas com a mediação dos Estados Unidos, Egito e Catar.

A CIJ, principal instância judicial da ONU, também realizou a abertura da passagem fronteiriça entre o Egito e Gaza em Rafah, porta de entrada de ajuda humanitária que Israel fechou no início do mês ao iniciar suas operações na cidade.

As negociações foram interrompidas no início de maio, pouco depois do início das operações terrestres de Israel em Rafah.

Meios de comunicação israelenses indicaram que o chefe do Mossad, o serviço de inteligência israelense, David Barnea, chegou a um acordo durante reuniões em Paris com o diretor da CIA, William Burns, e o primeiro-ministro catariano, Mohamed bin Abdulrahman al Thani, sobre um novo marco para as conversas.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou estar “comprometido em uma diplomacia de emergência” para conseguir um cessar-fogo e a liberação dos reféns.

Funcionários catarianos têm previsto se reunir com uma delegação do Hamas nos próximos dias, segundo o site de notícias americano Axios.

Espanha, Irlanda e Noruega refletirão sobre a Palestina como Estado a partir da próxima terça-feira, após anunciarem sua decisão na quarta-feira.

"O povo palestino [...] tem direito a ter um Estado, assim como o povo de Israel tem esse direito", afirmou neste domingo em Bruxelas o ministro espanhol das Relações Exteriores, José Manuel Albares.

O alto representante da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, defendeu um "forte" da Autoridade Nacional Palestina (ANP) para alcançar a paz.

A ANP administra parcialmente a Cisjordânia ocupada, mas é o único interlocutor reconhecido pela comunidade internacional, enquanto o Hamas, que governa Gaza, é uma organização considerada terrorista por Israel, Estados Unidos e a UE.

O procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI), Karim Khan, afirmou em uma entrevista que "ninguém tem licença para cometer crimes de guerra ou crimes contra a humanidade", dias depois de pedir a emissão de uma ordem de prisão contra o primeiro-ministro Israelense, Benjamin Netanyahu, e contra líderes do Hamas por supostos crimes cometidos na Faixa de Gaza e em Israel.

- 'Falta de ajuda cruel' -

A guerra eclodiu em 7 de outubro, quando comandos islâmicos do Hamas mataram mais de 1.170 pessoas, a maioria civis, no sul de Israel, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais israelenses.

Os milicianos também sequestraram 252 pessoas. Israel afirma que 121 permaneceram sequestrados em Gaza, dos quais 37 permaneceram morridos.

Em resposta, Israel prometeu “aniquilar” o Hamas e lançou uma ofensiva contra a Faixa de Gaza, na qual morreram até o momento 35.984 palestinos, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do território palestino, governado pelo movimento islâmico.

O Exército israelense partiu em 7 de maio para operações terrestres em alguns setores de Rafah, onde afirma que encontrou os últimos bastiões do Hamas.

Cerca de 800 mil pessoas fugiram desde então da cidade, segundo a ONU, que alertam para a situação humanitária catastrófica em toda a Faixa de Gaza, com risco de fome e hospitais fora de serviço devido ao cerco de Israel.

"Sofremos [...] fome, sede e uma falta de ajuda cruel", disse à AFP Moaz Abu Taha, um palestino de 29 anos em Rafah.

O Egito, que se recusava a reabrir a passagem de Rafah enquanto as tropas israelenses controlavam o lado palestino, anunciou neste domingo que permitiu o trânsito de tráfego de ajuda através da passagem israelense de Kerem Shalom.

O rei Abdullah II da Jordânia exortou a "duplicar" a ajuda humanitária e a entregá-la "sem objeções nem atrasos".

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