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CÚPULA DO CLIMA

O que é uma COP? Entenda o que é e para que serve a cúpula

As COP são realizadas anualmente em uma cidade diferente desde 1995

Uma visão geral dos helióstatos na planta KHI Solar One operada pela Coxabengoa em Upington em 21 de novembro de 2023Uma visão geral dos helióstatos na planta KHI Solar One operada pela Coxabengoa em Upington em 21 de novembro de 2023 - Foto: Emmanuel Croset/AFP

A COP28, que acontecerá entre 30 de novembro e 12 de dezembro em Dubai, será a 28ª edição da importante reunião internacional sobre o clima, realizada anualmente sob os auspícios das Nações Unidas.

O que significa?
COP é a sigla em inglês para Conferência das Partes. Reúne as 198 "partes", ou seja, os 197 países e a União Europeia que assinaram a Convenção-quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (CMNUCC, na sigla em inglês).

Este tratado é uma das três convenções do Rio, adotadas na Cúpula da Terra, a Rio-1992.

As COP são realizadas anualmente em uma cidade diferente desde 1995 (exceto a COP26, que foi adiada em um ano devido à pandemia de covid-19).

São numeradas por ordem cronológica: este ano, a COP28 sobre o clima se segue à COP27 de 2022, realizada em Sharm el Sheikh, no Egito.

A participação de milhares de delegados de todo o mundo também serve para celebrar, simultaneamente, a conferência das partes do Protocolo de Kyoto (CMP) e a das 195 partes do Acordo de Paris de 2015 (CMA).

É importante lembrar que há COPs para várias outras convenções ou tratados das Nações Unidas, que abordam outros temas, como a desertificação ou a proteção de áreas úmidas.

A Conferência das Partes sobre a Biodiversidade é realizada a cada dois anos, e sua última edição, a COP15, de Montreal, produziu um acordo mundial sem precedentes.

Para que serve a COP do Clima?
Os debates entre líderes devem resultar em um texto final, adotado por consenso e não por votação, que leve em conta as diferenças de interesses e posições, com o objetivo ideal de avançar no combate à crise climática.

Além destas negociações, que geralmente ultrapassam o calendário previsto, os debates reúnem diversos grupos de pressão, representantes de ONGs e organizações internacionais.

Em algumas edições, as discussões entre dirigentes não geram resultados concretos.

Em 2009, a COP15 de Copenhague não conseguiu alcançar um acordo mundial, e só permitiu um acordo político, envolvendo China e Estados Unidos.

Outras edições, ao contrário, deixaram um legado mais positivo, a começar pela COP21, em 2015.

Esta COP deu lugar ao Acordo de Paris, o primeiro pacto a comprometer a comunidade internacional a manter a elevação da temperatura média global "muito abaixo dos 2°C" em relação à era pré-industrial e, se possível, limitar o aquecimento do planeta a 1,5°C.

A COP26, em Glasgow, realizada em 2021, mencionou pela primeira vez os "combustíveis fósseis", como o carvão, como a principal causa do aquecimento global.

No entanto, devido à pressão de Índia e China, o texto final pediu uma "redução" ao invés da "eliminação" do carvão.

Na edição seguinte, a COP27 de Sharm el Sheikh, acordou-se criar um fundo de perdas e danos causados pelas mudanças climáticas.

O que se pode esperar?
A COP28 reunirá em Dubai um recorde de participantes, talvez acima de 80.000 pessoas, segundo sua presidência.

A escolha do líder da companhia petroleira dos Emirados, Sultan Al Jaber, para presidir o evento foi criticada pelos defensores do meio ambiente, mas defendida por outros, que veem uma oportunidade de discutir concretamente a transição energética.

De todo modo, o futuro dos combustíveis fósseis vai voltar a ser o ponto central das discussões.

A presidência emiradense estabeleceu vários objetivos concretos a alcançar até 2030: triplicar a capacidade de energias renováveis em todo o mundo, dobrar a melhora da eficiência energética, bem como duplicar a produção de hidrogênio.

A COP também será uma oportunidade para fazer a primeira "revisão mundial" do Acordo de Paris.

Um relatório técnico publicado em setembro concluiu que é preciso "muito mais agora, em todas as frentes" no âmbito climático.

Por fim, o dinheiro será, como sempre, tema de duras discussões, seja em relação ao financiamento prometido pelos países ricos para a adaptação das nações em desenvolvimento às mudanças climáticas, ou em relação à implementação do fundo e perdas e danos, aprovado na COP27.

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