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Manaus

O que se sabe sobre a morte de Djidja Cardoso, ex-sinhazinha do Boi Garantido

Djidja Cardoso foi encontrada morta dentro de casa, em Manaus no último dia 28

Djidja Cardoso ao lado do Boi Garantido Djidja Cardoso ao lado do Boi Garantido  - Foto: Reprodução Instagram

A Polícia Civil do Amazonas ainda busca esclarecer as circunstâncias que levaram à morte de Dilemar Cardoso Carlos da Silva, conhecida como Djidja Cardoso, aos 32 anos.

A ex-sinhazinha do Boi Garantido foi encontrada morta dentro de casa, em Manaus no último dia 28.

O laudo necroscópico apontou ‘depressão cardiorrespiratória’ como causa do óbito. Isto significa que o coração da vítima perdeu a eficiência no bombeamento de sangue, não satisfazendo as necessidades do corpo.



O que motivou essa reação ainda está sob investigação, mas o uso excessivo de drogas é a principal suspeita. Uma das hipóteses da polícia é que Djidja tenha sofrido uma overdose do anestésico ketamina (ou cetamina).

De acordo com o delegado responsável pelo caso, por enquanto não há elementos suficientes para classificar a morte da ex-sinhazinha como homicídio. Por isso, a ocorrência está sendo tratada como ‘morte a esclarecer’.

Envolvimento com seita
Djidja e familiares já eram investigados pela Polícia Civil cerca de 40 dias antes de sua morte. O grupo pertencia a uma seita religiosa denominada Pai, Mãe, Vida, que utilizava entorpecentes para alcançar suposta plenitude espiritual.

Uma suspeita é que a ex-sinhazinha teria consumido a substância que levou à sua morte durante um ritual. Vídeos que circularam na internet mostram a vítima sob efeito de ketamina ao lado do irmão, Ademar Cardoso, e da mãe, Cleusimar.

Os dois foram presos preventivamente no último dia 30, por suspeita de tráfico ilegal de drogas, charlatanismo e outros crimes. Na ocasião, também foram presas duas funcionárias da rede de salões de beleza Belle Femme, que pertence à família.

O grupo, de acordo com a investigação, coletava a droga em clínicas veterinárias e distribuía entre os funcionários dos salões.

Ademar também é acusado de realizar um aborto em uma ex-companheira. Segundo o delegado Cícero Túlio, ela era obrigada a usar a droga e sofria abuso sexual quando estava fora de si.

A defesa da família nega qualquer relação com uma seita e afirma que os familiares são dependentes químicos que precisam de tratamento. "Se essa operação tivesse sido deflagrada algumas semanas atrás, a Djidja estaria viva. Ela estaria presa, mas estaria viva. Então, nós reconhecemos a função social dessa operação", apontou Nauzila Campos, uma das advogadas, no último dia 2 de junho.

Outras prisões
Outras cinco pessoas acabaram presas em meio à investigação sobre comércio ilegal de drogas. O ex-namorado de Djidja, chamado Bruno Roberto da Silva Lima, e o coach Hatus Silveira, que se apresentava como personal trainer dela, foram detidos por "inconsistências no depoimento".

Segundo a polícia, Bruno tem uma tatuagem no peito com a frase Pai, Mãe, Vida, nome da seita religiosa seguida pela família Cardoso. Ele é responsável de ter abandonado o carro da ex-sinhazinha em uma avenida de Manaus após sua morte.

Hatus, por sua vez, era próximo da família e acompanhava Djidja em treinos. Entidades de classe, porém, afirmam que ele não tinha formação em Educação Física e que por isso não era apto a atuar como personal trainer.

A Polícia Civil também prendeu outras duas pessoas que trabalhavam para o salão de beleza Belle Femme e o empresário José Máximo Silva de Oliveira, dono da clínica veterinária Max Vet. O estabelecimento, na zona centro-oeste da capital amazonense, é investigado por suspeita de fornecimento de ketamina para a família Cardoso.

Morte da avó
Durante entrevista coletiva no último dia 7, o delegado responsável pelo caso foi questionado sobre a morte da avó de Djidja, ocorrida no ano passado. Recentemente, um parente passou a acusar a família Cardoso de autorizar a aplicação de um anabolizante na idosa, que tinha 82 anos, pouco antes dela morrer.

Na época, a idosa não passou por exames para identificar se o óbito poderia ser relacionado a alguma substância.

"Essa é uma situação que ocorreu em Parintins há quase um ano, então não estamos trabalhando com qualquer hipótese relacionada a isso", disse o delegado Daniel Antony. "Se a família tiver interesse, ela irá nos procurar para tomarmos as medidas cabíveis".

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