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AVIAÇÃO

O que se sabe até agora sobre recentes acidentes aéreos no Brasil, Coreia do Sul e Cazaquistão

Nas últimas semanas, mundo registrou casos de quedas de aeronaves, falha em pouso e outros, gerando preocupação no setor. Na Noruega e no Canadá, houve incidentes

Avião saiu da pista e bateu contra muro em Muan, na Coreia do SulAvião saiu da pista e bateu contra muro em Muan, na Coreia do Sul - Foto: Jung Yeon-Je/AFP

A aviação civil tem enfrentado, nas últimas semanas, aumento no número de acidentes e incidentes envolvendo aeronaves, gerando preocupações sobre a segurança no setor. 

O transporte aéreo segue sendo uma das formas mais seguras de locomoção, com taxas de acidentes significativamente baixas, mas os casos recentes têm lançado luz na discussão sobre o tema.

No Brasil, em 2024, foram registradas 148 mortes em decorrência de acidentes aéreos, um total 92% maior em relação ao ano anterior, segundo levantamento feito pelo jornal O Globo. 

É o maior número desde 2014, quando o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Aeronáutica, começou a série histórica.

Os casos mais fatais no ano foram o da queda do avião da VoePass, em Vinhedo (SP), em agosto, com 62 vítimas, e a queda de aeronave particular em Gramado (RS), em 22 de dezembro, com dez mortos. 

O Cenipa indica que o Brasil registrou 41 acidentes aéreos com mortes em 2024. Na maioria desses casos, as quedas resultaram em uma morte, do piloto. Mais da metade dos acidentes neste ano aconteceu em voos de aviação privada.

Nos últimos dias, casos no Brasil, Azerbaijão, Coreia do Sul, Noruega e Canadá chamaram atenção ao redor do mundo. Confira um resumo dos casos e o que se sabe sobre cada um até agora:

Destroços do avião que caiu sobre loja em Gramado Destroços do avião que caiu em Gramado, no Rio Grande do Sul | Foto: RBS TV/ Reprodução

Gramado, Brasil - 22 de dezembro
A queda de uma aeronave de pequeno porte matou 10 pessoas de uma mesma família em Gramado
, no Rio Grande do Sul. O avião havia decolado da cidade vizinha de Canela e caiu cerca de três minutos depois, tendo percorrido menos de três quilômetros. 

A investigação aguarda laudos periciais para avançar na apuração e esclarecer as causas da queda do avião. O Cenipa também segue analisando o que motivou o acidente. Ainda não há prazo para conclusão dos trabalhos.

Especialistas em emergência trabalham no local do acidente de um jato de passageiros da Azerbaijan Airlines perto da cidade de Aktau, no oeste do Cazaquistão, em 25 de dezembro de 2024.Especialistas em emergência trabalham no local do acidente de um jato de passageiros da Azerbaijan Airlines perto da cidade de Aktau, no oeste do Cazaquistão, em 25 de dezembro de 2024 | Foto: Ministério das Situações de Emergência do Cazaquistão

Cazaquistão - 25 de dezembro
Em 25 de dezembro, avião Embraer E190AR que operava o voo 8243 da Azerbaijan Airlines caiu próximo à cidade de Aktau, no Cazaquistão. A aeronave realizava uma aterrissagem de emergência após ser danificada por mísseis. Entre as 67 pessoas a bordo, 38 morreram e as outras 29 sobreviveram. 

Até o momento, segundo as informações preliminares, se sabe que a aeronave foi atingida pelo sistema de defesa antiaéreo russo. O avião teria sido abatido por ser confundido com um drone.

O presidente russo, Vladimir Putin, pediu desculpas ao seu par azerbaijano, Ilham Aliyev, pela queda. A agência de notícias russa Interfax afirmou que o pedido de desculpas se deu porque o incidente aconteceu em espaço aéreo russo. Putin disse, na conversa, que drones ucranianos teriam causado a queda. 

Imagens divulgadas após o acidente mostram buracos na fuselagem do avião. Comissões para investigar o acidente foram abertas pelo Azerbaijão e Cazaquistão. 

Quatro dias após o acidente, o presidente Ilham Aliyev disse que o avião foi abatido pela Rússia involuntariamente. Ele criticou Moscou e afirmou que os russos tentaram abafar o caso ao divulgar "versões delirantes" para as causas da queda.

Ele reconheceu o pedido de desculpas do Kremlin, mas exigiu a punição dos culpados, a admissão da responsabilidade da Rússia e o pagamento de indenização ao Azerbaijão e às vítimas. 

Canadá - 28 de dezembro
Sem trem de pouso, uma aeronave fez um pouso de emergência no Canadá, na noite de sábado (28). Nenhum passageiro ficou gravemente ferido por conta do incidente. Eram 73 pessoas a bordo.

O caso aconteceu no Aeroporto Internacional de Halifax Stanfield. O avião chegou a pegar fogo após deslizar "de barriga" na pista.

Porta-voz da Air Canada afirmou que a principal suspeita é de falha em engrenagem do trem de pouso. Investigações foram iniciadas.

Avião colidiu contra muro após trem de pouso falhar, em Muan, na Coreia do Sul | Foto: Yonhap/AFP

Coreia do Sul - 29 de dezembro
Ao menos 179 pessoas morreram após um avião modelo Boeing 737-800 da Jeju Air
sair da pista enquanto pousava e colidir com um muro, no Aeroporto Internacional de Muan, sudoeste do país. Dois tripulantes foram os únicos sobreviventes. 

Autoridades investigam a causa ou a série de causas que resultaram no que já é considerado o maior acidente aéreo do país. Os Estados Unidos prestam assistência na apuração.

Um funcionário do setor de transportes da Coreia do Sul relatou que a aeronave tentava pousar, mas foi forçada a esperar depois que o controle de tráfego aéreo emitiu aviso de colisão com pássaros. Havia, portanto, alerta sobre o risco dos animais atingirem o avião. 

Testemunha relatou à agência de notícias sul-coreana Yonhap ter escutado um "estrondo alto" seguido de uma "série de explosões". 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Especialistas destacam, no entanto, que colisões com pássaros não causam a perda de um avião por si só.

Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram que a aeronave pousou sem as rodas ou trem de pouso, tendo derrapado na pista.

A Coreia do Sul ainda lançou uma inspeção abrangente sobre todas as aeronaves Boeing 737-800 em uso no país, segundo o vice-ministro da Aviação Civil, Joo Jong-wan. As avaliações devem ser feitas até 3 de janeiro.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Noruega - 29 de dezembro
Na Noruega, um avião da companhia aérea holandesa fez um pouso de emergência, saiu da pista e foi parar na grama. Apesar dos susto, não houve feridos entre os 182 ocupantes da aeronave.

O KLM decolou de Oslo, na Noruega, com destino a Amsterdã, na Holanda. O modelo da aeronave era um Boeing 737-800, o mesmo envolvido na tragédia na Coreia do Sul.

A imprensa holandesa relata que a tripulação reportou à torre de controle um problema no motor seguido de "um barulho muito alto".

Por isso, o avião seguiu para o aeroporto de Torp, a cerca de 100 quilômetros ao sul de Oslo, onde pousou 20 minutos depois de decolar.

Os primeiros indícios são de que o peso do combustível possa ter atrapalhado o freio, o que fez a aeronave parar na grama. O incidente será investigado pelas autoridades de aviação civil da Noruega.

Coreia do Sul - 30 de dezembro
Outro avião de passageiros da Jeju Air, da Coreia do Sul, apresentou problema não identificado no trem de pouso, logo após a decolagem, nesta segunda-feira (30), um dia após o trágico acidente com 179 mortos no país.

Os 161 passageiros do voo foram informados sobre o defeito mecânico. A aeronave retornou e pousou em segurança no Aeroporto de Gimpo, em Seul, segundo informou a agência de notícias sul-coreana Yonhap.

Parte dos passageiros foram transferidos para outra aeronave, mas 21 deles decidiram não embarcar por conta da ansiedade. 

O avião envolvido no incidente também era um Boeing 737-800.

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