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Meio ambiente

Oceano Ártico poderá ficar sem gelo na próxima década

Cientistas de Coreia do Sul, Canadá e Alemanha utilizaram dados de observação dos anos 1979-2019 para fazerem novas simulações

Oceano ÁrticoOceano Ártico - Foto: Jonathan Nackstrand / AFP

O Oceano Ártico poderá ficar sem gelo durante o verão a partir da próxima década, muito antes do previsto, segundo um artigo científico publicado nesta terça-feira (6).

Cientistas de Coreia do Sul, Canadá e Alemanha utilizaram dados de observação dos anos 1979-2019 para fazerem novas simulações.

"Os resultados indicam que o primeiro mês de setembro sem gelo marinho poderia ocorrer nos anos 2030-2050, seja qual for o cenário de emissões" de gases de efeito estufa, explicam esses cientistas na revista Nature Communications.

Estritamente falando, a ausência de gelo implica em uma superfície inferior a 1 milhão de km², já que poderia sobrar gelo residual ao longo da costa.

O Oceano Ártico representa uma superfície de aproximadamente 14 milhões de quilômetros quadrados e fica coberto de gelo na maior parte do ano.

Setembro é o mês em que a superfície de gelo marinho diminui ao máximo.

"Isso é aproximadamente uma década antes que as projeções mais recentes" do grupo de cientistas do clima da ONU, explica Seung-Ki Min, pesquisador das universidades sul-coreanas de Pohang e Yonsei e coautor do artigo.

Os cientistas consideram também que esse desaparecimento de gelo poderia ser atribuído essencialmente às emissões de gases de efeito estufa, já que os demais fatores (aerossóis, atividade solar e vulcânica) são muito menos importantes.

O gelo marinho é água salgada que se solidifica por ação do frio. Seu degelo não causa diretamente a elevação do nível dos mares (diferentemente ao da calota polar ou das geleiras), mas tem, de toda forma, consequências nefastas.

Esse gelo exerce um papel muito importante durante o verão, porque reflete os raios solares.

O desaparecimento do gelo "acelerará o aquecimento no Ártico, o que pode provocar o aumento dos episódios meteorológicos extremos em latitudes médias, como os longos períodos de ondas de calor e os incêndios florestais", explica Seung-Ki Min.

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