Oferta de teste rápido para HIV em Pernambuco aumenta 122% em cinco anos
Segundo a SES-PE, o acesso à testagem reflete na queda de 29% nos casos da doença e no aumento de 60% na detecção do HIV no período
Pernambuco registrou 915 casos de Aids em 2019 segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE). De acordo com a pasta, houve uma queda de 29% em relação a 2015, quando o Estado havia detectado 1.286 casos.
A secretaria atribui a queda ao acesso ao tratamento contra a doença e à testagem rápida para o HIV. De 2015 para 2019, Pernambuco ampliou sua capacidade de testagem em 122%. Em 2019, foram mais de 704 mil testes rápidos ante 317 mil em 2015.
“A detecção precoce do HIV é essencial para que o paciente tenha acesso ao tratamento adequado em tempo oportuno, o que traz qualidade de vida e evita o desenvolvimento da doença, a Aids, e possíveis enfermidades oportunistas", afirma a gerente do Programa Estadual de IST/Aids/Hepatites Virais da SES-PE, Camila Dantas.
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"Ampliamos em 122% a distribuição de testes rápidos em 5 anos para que os municípios pudessem ofertar a testagem no pré-natal às gestantes, evitando a transmissão da mãe para o bebê, e para todos aqueles que desejam fazer o exame”, acrescentou Camila.
Entre 2015 e 2019 foram registrados, ao todo, 5.676 casos de Aids em Pernambuco. De acordo com o boletim epidemiológico do Programa Estadual de IST, 67% foram em pessoas do sexo masculino. Do total de casos, cerca de 55% foram no público entre 20 e 39 anos.
Em relação ao HIV, foram diagnosticados 3.693 casos em 2019, um aumento de 60% em relação a 2015, quando foram registrados 2.302.
No acumulado dos cinco anos, foram 14.538 notificações, 65% na faixa etária dos 20 aos 39 anos. Do total, 67% foram em pessoas do sexo masculino.
Além do acesso à testagem, o desafio da Saúde é acabar com os estigmas e preconceitos relacionados ao HIV/Aids. “Precisamos entender que viver com o HIV não define uma pessoa, trata-se apenas de uma característica. Esse preconceito é o que vulnerabiliza ainda mais as pessoas que vivem com o HIV", pontua a gerente.
Diferença entre HIV e Aids
HIV e Aids não são sinônimos, segundo o Ministério da Saúde. HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) é o vírus causador da Aids, que ataca células específicas do sistema imunológico (os linfócitos T-CD4+), responsáveis por defender o organismo humano contra doenças.
Ao contrário de outros vírus, como o da gripe, o corpo humano não consegue se livrar do HIV.
Ter HIV não significa que a pessoa desenvolverá Aids. No entanto, uma vez infectada, a pessoa viverá com o HIV durante toda a vida. Não existe vacina ou cura para infecção pelo HIV, mas há tratamento.
Por sua vez, a Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) é a doença causada pelo HIV, que ataca células específicas do sistema imunológico, responsáveis por defender o organismo de doenças.
Em um estágio avançado da infecção pelo HIV, a pessoa pode apresentar diversos sinais e sintomas, além de infecções oportunistas como pneumonias atípicas, infecções fúngicas e parasitárias e alguns tipos de câncer.
Sem o tratamento antirretroviral, o HIV usa essas células do sistema imunológico para replicar outros vírus e as destroem, tornando o organismo incapaz de lutar contra outras infecções e doenças.