BRASIL

Oito mortos em operação policial em favela no Rio de Janeiro

Vídeos em redes sociais mostram veículos blindados circulando pelas ruas da favela com o som de tiros ao fundo

Polícia do Rio durante ação no JacarezinhoPolícia do Rio durante ação no Jacarezinho - Foto: Mauro Pimentel/AFP

Oito suspeitos de crimes foram mortos nesta sexta-feira(11) em uma operação policial contra traficantes de drogas em uma favela da zona norte do Rio de Janeiro, informou a polícia. 

"Houve confronto e 8 criminosos feridos não resistiram aos ferimentos", informou no Twitter a Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMRJ), que afirmou ter apreendido uma grande quantidade de drogas, sete fuzis, 14 granadas e 4 pistolas. 

A operação, em conjunto com a Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF), foi implantada de madrugada na comunidade Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha. Vídeos postados nas redes sociais mostraram veículos blindados circulando pelas ruas estreitas da favela, com o som de tiros ao fundo. 

“Encontramos uma grande resistência para avançar e cumprir nossos objetivos, e provavelmente esses elementos estavam nessa resistência”, disse o coronel Luiz Henrique Marinho, da PRMJ, ao site de notícias G1. 

Segundoa Fogo Cruzado, plataforma digital que registra tiroteios no Rio e é altamente crítica à letalidade das forças de segurança cariocas, esta é a operação policial com mais mortes até agora este ano. 

A favela do Jacarezinho foi a primeira escolhida pelo governo do Rio de Janeiro para lançar um novo programa piloto que busca libertar esses territórios de quadrilhas e milícias.

Operação no Jacarezinho 
Em maio de 2021, esta favela viveu a mais sangrenta batida policial da história da 'Cidade Maravilhosa', com 28 mortes. 

Localizado na zona norte do Rio, o bairro é um dos redutos do Comando Vermelho, uma facção criminosa que espalha o terror desde o final dos anos 1970. 

Na noite de quinta-feira, manifestantes bloquearam uma importante avenida do Jacarezinho após a morte do traficante João Carlos Sordeiro Lourenço horas antes nas mãos da polícia, em uma operação do programa piloto em duas das mil favelas cariocas. 
 

Conhecido como "João do Jaca", ele era suspeito de ter assassinado um policial durante a operação de maio.

Para diminuir a letalidade das ações policiais nas favelas, o Supremo Tribunal Federal (STF) deu ao governo do estado do Rio de Janeiro 90 dias para apresentar um plano de medidas e 180 dias para instalar equipamentos com GPS e de gravação de áudio e vídeo nos veículos e uniformes policiais. 

Devido à operação policial desta sexta-feira, as aulas nas escolas públicas da região foram suspensas, uma consequência comum dos confrontos entre traficantes e polícia que frequentemente aterrorizam a população. 

Em 2019, último ano letivo normal antes da pandemia, 74% das escolas públicas do Rio de Janeiro foram afetadas por pelo menos um tiroteio em seu ambiente envolvendo a polícia, segundo relatório sobre o impacto da guerra às drogas na educação pública divulgado na segunda-feira.

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