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RIO DE JANEIRO

Oito pessoas se tornam réus pela morte de três meninos em Belford Roxo, na Baixada Fluminense

Três acusados já teriam sido assassinados

Meninos desaparecidos em Belford RoxoMeninos desaparecidos em Belford Roxo - Foto: Reprodução

O juízo da 1ª Vara Criminal de Belford Roxo recebeu denúncia feita por promotores do Ministério Público do Rio de Janeiro e transformou em réus oito acusados de envolvimento no desaparecimento e morte dos meninos Alexandre da Silva, de 10 anos, Lucas Matheus da Silva, de oito, e Fernando Henrique Ribeiro Soares, de 11.

O trio de crianças foi torturado e executado por bandidos do Morro do Castelar por conta do furto de uma gaiola de passarinho que pertenceria a um parente de um traficante. Os corpos das crianças nunca foram encontrados.

Entre os que se tornaram réus está Edgar Alves de Andrade, o Doca, que encontra-se foragido. Ele chefia o comércio de drogas no Complexo da Penha e integra a cúpula da maior facção criminosa do Rio, mesmo grupo que controla o tráfico no Morro do Castelar.

Dos oito denunciados pela morte dos meninos, três já estariam mortos. São eles: Wiler de Castro Silva, o Stala, gerente de drogas do Castelar, Ana Paula da Rosa Costa, a tia Paula, gerente de cargas sintéticas, e José Carlos dos Prazeres Silva, o Piranha, um dos chefes do tráfico do Complexo Castelar.

Todos teriam sido executados no Complexo da Penha, entre agosto e outubro de 2021, a mando da cúpula da facção criminosa. Piranha e Stala teriam sido mortos pelo tribunal do tráfico por não mencionar para Doca que as vítimas do assassinato seriam crianças e moradoras da comunidade do Castelar. Tia Paula foi executada no mesmo local, em outubro. Ela tinha uma relação de intimidade com Piranha e seria a gerente de cargas sintéticas do tráfico e ainda a responsável por organizar bailes na comunidade.

Segundo a polícia, uma testemunha relatou que foi Tia Paula quem chamou um homem para transportar os corpos das vítimas, em um carro. O suspeito teria cumprido a ordem e jogado os cadáveres em um rio que corta o município de Belford Roxo.

Tia Paula tinha 44 anos e cinco anotações criminais em sua ficha. Em nome dela, constavam cinco mandados de prisão pendentes de cumprimento. Já Stala tinha 35 anos, e dez anotações e cinco mandados de prisão também pendentes de cumprimento. Parte das ordens de prisões de ambos estava relacionados ao comércio de drogas.

O juízo da 1ª Vara Criminal de Belford Roxo recebeu denúncia feita por promotores do Ministério Público do Rio de Janeiro e transformou em réus oito acusados de envolvimento no desaparecimento e morte dos meninos Alexandre da Silva, de 10 anos, Lucas Matheus da Silva, de oito, e Fernando Henrique Ribeiro Soares, de 11. O trio foi torturado e executado por bandidos do Morro do Castelar por conta do furto de uma gaiola de passarinho que pertenceria a um parente de um traficante. Os corpos das crianças nunca foram encontrados.

O juízo da 1ª Vara Criminal também decretou a prisão preventiva de sete acusados. O oitavo réu , que responde por ocultação de cadáver, cumprirá medidas cautelares. "Verifica-se que resta evidenciado não apenas pela intensa gravidade dos delitos imputados aos citados réus, que, sem dúvida alguma, por si só já causa intranquilidade social, exigindo cada vez mais a adoção de uma postura rígida por parte das autoridades constituídas no sentido de restabelecer a paz social, mas também pelo modus operandi desenvolvido, revelador de alta periculosidade dos agentes a pôr em risco a sociedade como um todo", escreveu o juiz na decisão.

Na madrugada do dia 12 de janeiro de 2021, bandidos do Castelar torturaram um homem na comunidade para que ele confessasse ser o responsável pelo desaparecimento das crianças. Ele foi entregue para usuários der crack que o levaram para a 54ªDP (Belford Roxo) com um cartaz pendurado no pescoço, onde era apontado como culpado pelo crime. Para pressionar a polícia, por volta das 14h, o tráfico teria ordenado que um ônibus fosse queimado a menos de 200 metros da DHBF e da 54ªDP. O veículo foi incendiado e pelo menos uma pessoa foi presa.

A polícia descartou a participação do homem torturado pelo tráfico no desaparecimento das crianças. E ainda indiciou e identificou dez pessoas responsáveis pela tortura e espancamento da vítima apresentada na delegacia de polícia.

Fernando Henrique Ribeiro Soares, Alexandre Silva, e o primo deste último, Lucas Matheus da Silva, desapareceram no dia 27 de dezembro de 2020. O trio chegou a ser visto em uma feira, no Bairro Areia Branca distante um quilômetro e meio do Castelar. Segundo as investigações, eles deixaram a comunidade, pouco depois das 13h, levando duas gaiolas de pássaros. Uma delas teria sido furtada de um parente do traficante Stala.

Às 13h39, imagens de uma câmera de segurança flagraram os meninos passando por uma rua do Bairro Piam, a caminho da feira. Nesta oportunidade, eles já estavam sem as gaiolas. A polícia não sabe se os meninos venderam os pássaros a caminho da feira ou se guardaram as aves em algum lugar. Ao retornarem para o Castelar, no fim da tarde, as crianças foram capturadas por traficantes. Após uma sessão de tortura, um deles não suportou os ferimentos e morreu. Em seguida, os outros também acabaram sendo assassinados.

 

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