Olinda tem pequenos grupos de foliões e turistas nesta segunda de Carnaval
Manter vivo o espírito carnavalesco foi a maior motivação desses foliões
A falta do Carnaval tradicional que arrasta multidões não impediu algumas pessoas de curtirem as ladeiras de Olinda, na manhã desta segunda-feira (28). Manter vivo o espírito carnavalesco foi a maior motivação desses foliões.
João Marcelo faz parte do bloco Grea Bora Beber que há 17 anos sai sempre na segunda-feira de Carnaval. Como já é o segundo ano sem a comemoração tradicional, ele decidiu percorrer o trajeto de sempre junto ao porta-estandarte. "Mesmo sem Carnaval, o espírito permanece e a gente não podia passar mais um ano em branco. Ainda fizemos a alegria de alguns turistas aqui de Olinda.
Juscelino Bourbon se fantasiou nessa manhã para celebrar a magia do Carnaval. Conhecido como o Conde de Olinda, ele utiliza a mesma roupa há seis anos como homenagem a um amigo. "Mário Raposo faleceu oito anos atrás. Ele andava todo de preto no Carnaval e eu quis continuar com essa imagem dele, mas adotei o branco para diferenciar", disse Juscelino.
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Já os turistas aproveitaram a falta de aglomeração para conhecer o centro histórico de Olinda. Ronaldo Oliveira é de Porto Alegre e já contava com a ausência do Carnaval de rua quando planejou sua viagem. "Lá [Em Porto Alegre], a gente conhece Olinda como se fosse uma rua apenas. Não sabia que tinha todo esse centro histórico e me apaixonei", falou Ronaldo que agora pretende voltar para conhecer a folia da cidade.
Movimentação em Olinda à tarde
Apesar de não haver Carnaval, muitas pessoas foram passear pelas ruas de Olinda à tarde, mas nada comparado aos dias normais de folia. Durante a passagem da reportagem da Folha de Pernambuco pelo Sítio Histórico da cidade, a movimentação foi tranquila, sem registros de grandes aglomerações.
Tanto na entrada da Praça do Carmo, quanto nas famosas ladeiras e no Alto da Sé, policiais militares e agentes municipais faziam a segurança e a fiscalização do local. Apesar de não haver registros de aglomeração durante a presença da reportagem, que foi ao local pela manhã e no fim da tarde desta segunda, foi possível notar descuidos em relação aos protocolos de combate à Covid-19, com muitas pessoas não utilizando a máscara facial.
Por determinação do Governo do Estado, festas públicas ou privadas de Carnaval estão proibidas até esta terça-feira (1°), mas bares e restaurantes podem funcionar com capacidade reduzida. A tapioqueira Rejane Oliveira, de 34 anos, possui ponto fixo no Alto da Sé há cinco anos. “Esse ano o movimento está mais fraco, mas estamos ansiosas para o para 2023, que eu espero que as coisas melhorem e tenha Carnaval”, disse.
A comerciante Mirian Melo, de 65 anos, vende artesanato no Sítio Histórico de Olinda há 10 anos. “O movimento está bom, a gente pensava que não ia dar nada, mas está sendo bom para a gente aqui”, avaliou.
O casal Ana Neves, de 50 anos, analista de contas, e Henrique Antunes, refrigerista, levaram a prima Joane Fernandes, 26 anos, natural de João Pessoa, para conhecer a cidade. “Está havendo o distanciamento entre as pessoas e está um clima muito harmônico”, comentou Ana. “A cidade é muito linda. Recife e Olinda são muito lindas e estou amando conhecer”, completou Joane.