Varíola do macaco

OMS deixa de diferenciar países endêmicos e não endêmicos para varíola do macaco

Nos últimos meses foram notificados casos em 42 países de cinco regiões

Sede da Organização Mundial da Saúde (OMS)Sede da Organização Mundial da Saúde (OMS) - Foto: FABRICE COFFRINI / AFP

A Organização Mundial da Saúde (OMS) suprimiu de suas estatísticas sobre a varíola do macaco a distinção entre países endêmicos e não endêmicos, a fim de facilitar a elaboração de uma "resposta unificada" ao vírus.

Há pouco considerava-se que esta doença infecciosa, de mortalidade baixa, "ocorria principalmente na África ocidental e central", aponta a OMS.

Mas nos últimos meses foram notificados casos em 42 países de cinco regiões (Américas, África, Europa, Mediterrâneo Oriental e Pacífico Ocidental), explica a entidade sanitária da ONU em seu último boletim sobre o tema, datado de 17 de junho, e enviado aos veículos de imprensa neste sábado (18).

Consequentemente, "estamos eliminando a distinção entre países endêmicos e não endêmicos, informando sobre países juntos quando for possível, para refletir a resposta unificada necessária" diante do vírus, conclui.

Entre 1º de janeiro e 5 de junho de 2022, notificou-se "um total acumulado de 2.103 casos confirmados" da varíola do macaco, assim como "um caso provável e uma morte em 42 países de cinco regiões da OMS", indica o informe. O óbito foi registrado na Nigéria.

A OMS vai avaliar em 23 de junho se o surto atual representa uma "emergência de saúde pública de alcance internacional".

A maioria dos casos confirmados ocorreu na Europa (1.773 ou 84%), seguida do continente americano (64 casos ou 3%), do Mediterrâneo oriental (14 casos) e do Pacífico ocidental (7 casos).

Mas a OMS considera provável que o número real de casos seja maior porque o vírus pode ter estado "circulando sem ser reconhecido durante algum tempo (...) o que pode remontar a 2017", em regiões onde não tinha sido detectado antes.

No surto atual, a maioria dos casos ocorre em "homens que têm relações sexuais com homens". A grande maioria deles não esteve em países africanos onde o vírus tem caráter endêmico.

A varíola do macaco ou orthopoxvírus símico foi identificada em humanos em 1970 e é considerada menos perigosa do que a varíola, da mesma família, erradicada em 1980.

Trata-se de uma doença rara, provocada por um vírus transmitido por animais infectados.

Mas no surto atual, a transmissão entre humanos tornou-se preponderante.

A doença pode causar febre, dor de cabeça, dores musculares, nas costas, inflamação dos gânglios linfáticos, calafrios e fadiga.

Em seguida surgem erupções (na face, mas palmas das mãos e nas solas dos pés), lesões, pústulas e, finalmente, crostas.

Mas seus sintomas costumam desaparecer após duas ou três semanas.

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