Logo Folha de Pernambuco

Nova variante

OMS diz que variante ômicron se propaga em um ritmo sem precedentes

Coronavírus Sars-CoV-2 já tem ao menos cinco variantes de preocupaçãoCoronavírus Sars-CoV-2 já tem ao menos cinco variantes de preocupação - Foto: Pexels

Leia também

• Ômicron: professores alertam para "caos" em escolas da Inglaterra

• Países ricos recebem aviso da OMS por acúmulo de vacinas contra ômicron

• Credibilidade de Boris Johnson questionada após adoção de restrições em pleno escândalo

A variante ômicron do coronavírus se propaga "em um ritmo que nunca vimos com nenhuma outra variante", advertiu nesta terça-feira (14) a Organização Mundial da Saúde (OMS), que estima que a maioria dos países já são afetados pela nova cepa.

Na Europa, a Holanda anunciou o fechamento das escolas de ensino fundamental a partir de 20 de dezembro, uma semana antes das festas de Natal, e a prorrogação das restrições atuais até 14 de janeiro, inclusive o fechamento de lojas não essenciais, bares e restaurantes todos os dias entre as 17h e as 05h.

O Reino Unido, em pleno pico de contágios e com uma primeira vítima fatal da ômicron, também decidiu adotar novas medidas.

"Atualmente, 77 países notificaram casos da ômicron, mas a realidade é que provavelmente a ômicron esteja na maioria dos países, embora ainda não tenha sido detectada", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante coletiva de imprensa.

"Nós nos preocupamos de que as pessoas considerem a ômicron leve (...) Embora a ômicron provoque doenças menos graves, o número de casos poderia voltar a sobrecarregar os sistemas sanitários que não estiverem preparados", acrescentou.

"Em meados de dezembro"

Segundo Abdi Mahamud, especialista da OMS, a propagação desta variante é tão rápida que ela poderia se tornar dominante em vários países da Europa em meados de dezembro.

Por sua vez, o doutor Bruce Aylward, conselheiro do chefe da OMS, também advertiu: "Temos um vírus mais transmissível do qual não conhecemos muito claramente a evolução clínica".

Às vésperas das festas de fim de ano, com muitas reuniões familiares, "poderíamos nos encontrar em uma posição muito perigosa".

Ainda há muitas interrogações sobre a nova variante, que voltou a semear o pânico no mundo desde que foi identificada pela primeira vez em novembro na África do Sul.

E a OMS teme que os países ricos, ao acelerarem a aplicação das doses de reforço na população adulta, acumulem imunizantes, e os países mais desfavorecidos não consigam avançar em suas campanhas de vacinação.

"Vou ser claro: a OMS não é contra as doses de reforço. Somos contra a injustiça" nas vacinas, alertou o doutor Tedros Adhanom.

"É uma questão de hierarquização de prioridades (...) Dar doses de reforço a grupos com pouco risco de doença grave ou morte põe em perigo a vida dos que têm risco elevado e estão esperando suas primeiras doses", insistiu.

Segundo projeções da OMS, a África atingiria a meta de 70% de sua população vacinada contra a covid-19 em agosto de 2024. Atualmente, apenas 20 países africanos vacinaram pelo menos 10% da sua população, outros 6, 40%, e apenas dois (os arquipélagos de Maurício e Seychelles), 70%.

Neste sentido, o presidente de Gana, Nana Akufo-Addo, alertou nesta terça para as consequências que a África poderia sofrer com a decisão da União Europeia (UE) de utilizar seus imunizantes em campanhas de vacinação de reforço.

Rebelião contra Johnson

Em alguns países ocidentais, as novas restrições não são bem recebidas.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, enfrentou nesta terça uma enorme rebelião de seus próprios deputados conservadores contra as medidas anticovid que quer implantar para frear o avanço da ômicron: uso de máscaras em ambientes fechados, testes diários para os casos de contato, vacinação obrigatória para o pessoal hospitalar e passaportes sanitários em eventos multitudinários.

No Reino Unido, um dos países mais afetados pela pandemia, com mais de 146.500 mortos, a variante ômicron contagiaria 200.000 pessoas por dia, segundo cifras oficiais.

No campo médico, a farmacêutica americana Pfizer confirmou que sua pílula contra a covid-19 reduziu em quase 90% as hospitalizações e mortes entre as pessoas em risco, quando tomada nos primeiros dias do aparecimento dos sintomas.

E um estudo realizado na África do Sul considerou a vacina da Pfizer globalmente menos eficaz contra a variante ômicron, mas continua protegendo em 70% contra as formas graves da doença.

A pandemia causou mais de 5,3 milhões de mortes no mundo desde o fim de 2019, segundo um balanço da AFP nesta terça-feira, feito com base em fontes oficiais.

Veja também

Argentina rejeita ordem de prisão do TPI porque 'ignora' direito de defesa de Israel
POSICIONAMENTO

Argentina rejeita ordem de prisão do TPI porque 'ignora' direito de defesa de Israel

Coroação do rei Charles III custou R$ 528 milhões ao Reino Unido
FAMÍLIA REAL

Coroação do rei Charles III custou R$ 528 milhões ao Reino Unido

Newsletter