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EUROPA

OMS expressa preocupação com 'epidemia' de sobrepeso e obesidade na Europa

A obesidade seria a causa de 1,2 milhão de mortes por ano, ou seja, 13% das mortes na região, segundo estudo

Foto: Pixabay

Uma "epidemia" de sobrepeso e obesidade, que causa mais de 1,2 milhão de mortes por ano, está castigando a Europa, alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta terça-feira (3) em um novo relatório.

"A taxa de sobrepeso e obesidade atingiu níveis epidêmicos em toda a região e continua a progredir", lamentou em comunicado a seção europeia da Organização, que reúne 53 Estados.

Na Europa, cerca de um quarto dos adultos são obesos, números superados apenas pela região das Américas, segundo a OMS.

Nenhum país da região foi capaz de conter o avanço e a magnitude do problema, que se agravou durante a pandemia de Covid-19, durante a qual se favoreceu o sedentarismo e a alimentação pouco saudável.

Além disso, a obesidade é um fator de risco adicional para a Covid-19 e outras doenças graves.

"O aumento do índice de massa corporal é um importante fator de risco para doenças não transmissíveis, como câncer e doenças cardiovasculares", destaca o diretor da OMS na Europa, Hans Kluge, citado no relatório.

A obesidade seria a causa de 1,2 milhão de mortes por ano, ou seja, 13% das mortes na região, segundo este estudo. 

Especificamente, o excesso de peso está ligado a pelo menos 13 tipos de câncer e estaria na origem de 200 mil novos casos de câncer por ano, segundo a OMS.

E "esse número vai aumentar nos próximos anos", prevê a organização.

Os últimos dados completos disponíveis, de 2016, mostram que 59% dos adultos e quase uma criança em cada três (29% dos meninos e 27% das meninas) estão acima do peso no Velho Continente.

Em 1975, apenas 40% dos adultos europeus estavam acima do peso. 

A prevalência de obesidade em adultos disparou 138% desde então, com uma progressão de 21% entre 2006 e 2016. 

Segundo a OMS, a pandemia de Covid-19 permitiu conhecer o impacto da epidemia de sobrepeso na região.

Paralelamente, as restrições (fechamento de escolas, confinamentos) "implicaram um aumento da exposição a certos fatores de risco que influenciam a probabilidade de uma pessoa sofrer de obesidade ou excesso de peso", sublinha Kluge.

A pandemia está na origem de algumas mudanças desastrosas nos hábitos alimentares e esportivos, cujos efeitos duradouros devem ser revertidos, defende a OMS.

"As intervenções políticas que visam os determinantes ambientais e comerciais de uma má nutrição [...] provavelmente serão as mais eficazes para reverter a epidemia", considera a organização. 

Segundo a OMS, também é apropriado taxar as bebidas açucaradas, subsidiar alimentos saudáveis, limitar a venda de alimentos nocivos para crianças e apoiar esforços para incentivar a atividade física ao longo da vida.

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