OMS: Mais de dois terços dos africanos podem ter contraído covid
Os testes de laboratório detectaram 11,5 milhões de casos de Covid-19, e 252 mil mortes no continente
Mais de dois terços dos africanos podem ter sido expostos à covid, ou contraído o vírus, nos últimos dois anos, um número 97 vezes maior que as cifras oficiais de casos reportados, diz um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Os testes de laboratório detectaram 11,5 milhões de casos de Covid-19, e 252 mil mortes no continente africano.
Contudo, o estudo da OMS - que ainda deve ser submetido a revisão - revela, nesta quinta-feira (7), que os números oficiais apresentam "provavelmente apenas uma parte da extensão real das infecções por coronavírus na África".
Leia também
• Fiocruz e Harvard explicam em estudo inflamação excessiva da Covid-19
• Pernambuco registra, nesta quinta (7), sete mortes e 1.378 casos da Covid-19
• Brasil registra primeiro caso de Ômicron XE
"Uma nova análise [...] revela que o verdadeiro número de infecções é até 97 vezes mais elevado que a cifra de casos confirmados" disse a diretora para a África da OMS, a botsuana Matshidiso Moeti.
"Ele [o estudo] sugere que mais de dois terços de todos os africanos podem ter sido expostos ao vírus da Covid-19", acrescentou.
O documento analisa mais de 150 estudos, publicados entre janeiro de 2020 e dezembro do ano passado, e indica que a exposição ao vírus subiu de apenas 3%, em junho de 2020, para 65% em setembro de 2021.
"Em termos reais, o estudo supõe que, em setembro de 2021, ao invés dos 8,2 milhões de casos informados oficialmente, havia 800 milhões", afirmou Moeti.
Devido ao acesso limitado a centros de detecção da doença no continente, muitos casos entre a população africana não foram notificados.