OMS recomenda dois tratamentos para reduzir mortalidade ligada ao ebola
Esses tratamentos podem salvar entre 230 e 400 vidas para cada mil pessoas infectadas
Dois tratamentos reduzem significativamente a mortalidade ligada à doença provocada pelo vírus ebola, informou nesta sexta-feira (19) a Organização Mundial da Saúde (OMS), que os recomenda fortemente às pessoas que sofrem dessa febre hemorrágica.
É a primeira vez que a OMS recomenda tratamentos para o ebola, especificamente o "tratamento por mAb114 ou por REGN-EB3" em pacientes acometidos pela doença (EMV).
O órgão da ONU também o recomenda para "recém-nascidos com doença não confirmada do vírus ebola, com 7 dias de idade ou menos, nascidos de mães com EVM confirmada".
O mAb114 é um anticorpo monoclonal comercializado sob a marca Ebanga e o REGN-EB3 mistura três anticorpos monoclonais.
A Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos aprovou ambos os tratamentos no final de 2020.
Leia também
• PE: novos dois casos de varíola dos macacos são confirmados; total chega a 19
• Nova versão do vírus da poliomielite pode estar circulando há um ano; entenda
• OMS investiga se rápida propagação da varíola do macaco se deve a mutações
"Os pacientes devem receber os anticorpos monoclonais neutralizantes recomendados o mais rápido possível após a confirmação laboratorial do diagnóstico", disse a OMS em comunicado.
Segundo estudos, ambos os tratamentos reduzem consideravelmente a mortalidade pelo vírus ebola, disse a chefe da equipe clínica da OMS, Janet Díaz, durante uma entrevista coletiva em Genebra.
Esses tratamentos podem salvar entre 230 e 400 vidas para cada mil pessoas infectadas.
"A OMS está pronta para ajudar países, fabricantes e parceiros a melhorar o acesso a esses tratamentos e apoiar os esforços nacionais e globais para torná-los mais acessíveis", disse a organização.
A OMS recomenda não administrar o tratamento ZMapp (também com anticorpos monoclonais) e o antiviral remdesivir.
O vírus ebola é fatal em muitos casos.
O surto de 2013-2016 na África Ocidental foi o maior desde que o vírus foi descoberto em 1976 na República Democrática do Congo, matando mais de 11.300 pessoas.