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ALTAS TEMPERATURAS

Onda de calor dispara risco de incêndios na Espanha e Portugal

Outros países mediterrâneos, como Grécia e Turquia, enfrentam incêndios há semanas

Nuvem de fumaça nas florestas da TurquiaNuvem de fumaça nas florestas da Turquia - Foto: Yasin AKGUL / AFP

A intensa onda de calor que afetará Espanha e Portugal pelo menos até segunda-feira (16) elevou ao máximo o risco de incêndios em grande parte da Península Ibérica, alertaram nesta quinta-feira (12) as autoridades dos dois países.

O perigo de focos de incêndios descontrolados é particularmente preocupante depois dos incêndios devastadores que afetam outros países mediterrâneos, como a Grécia e a Turquia, há semanas.

Na Espanha, o risco é considerado "extremo" para esta quinta e sexta-feira em grande parte do país, indicou a Agência Meteorológica do Estado (AEMET), que ainda não divulgou suas estimativas para os dias seguintes. 

Em Portugal, o alerta para incêndios é "máximo" entre quinta e segunda-feira nas regiões do norte e centro do país, bem como numa parte do Algarve (sul), indicou o seu instituto meteorológico. 

Os alertas aumentaram devido à onda de calor que deve elevar as temperaturas em torno de 40º C m grande parte da península até segunda-feira, com picos ainda mais elevados em várias áreas como o vale do Guadalquivir, no sul da Espanha, onde os termômetros podem chegar a 45ºC. 

Na quarta-feira, a província de Ciudad Real (centro) registrou 42º C, segundo medições da AEMET.

Para limitar o risco de incêndios, a região turística da Catalunha (nordeste) decidiu proibir o campismo na floresta e a prática de esportes no meio rural entre sexta e terça-feira, bem como alguns trabalhos agrícolas mecânicos em determinados horários. 

Pela primeira vez desde 1920, o famoso parque do Retiro em Madri - onde muitos moradores procuram alívio em suas sombras no verão - deve ultrapassar os 40º C por três dias consecutivos, de sexta a domingo, disse o porta-voz da AEMET, Rubén del Campo, no Twitter.

Essas temperaturas, bem acima do normal neste período, são causadas pela irrupção de uma massa de ar muito quente vinda do Norte da África, que se soma a uma forte exposição solar, conforme explicam os dois órgãos meteorológicos.

Entre 2011 e 2020, a Espanha teve o dobro de ondas de calor do que nas três décadas anteriores, disse Del Campo à AFP. 
 

Os cientistas consideram que essa repetição de ondas de calor é um efeito inequívoco do aquecimento global e estimam que os fenômenos de calor intenso vão se multiplicar e se intensificar no futuro em razão das mudanças climáticas.

"Na Espanha não estamos alheios a esse perigo", alertou o presidente do governo, Pedro Sánchez, na quarta-feira sobre os incêndios, acrescentando que o país entrou em uma "zona de risco".

Ele pediu aos cidadãos "máxima prudência" para limitar os riscos.

Portugal, que sofreu incêndios gravíssimos em 2017 que deixaram mais de uma centena de mortos, "não quer voltar a viver essa situação", insistiu na quarta-feira o seu primeiro-ministro, António Costa.

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