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PANDEMIA

Onda de Covid-19 em Xangai aumenta ansiedade e corrida aos mercados

A China registrou 6.886 casos do novo coronavírus em todo território nesta terça-feira (29)

Foto: Hector RETAMAL / AFP

Xangai registrou nesta terça-feira (29) um forte aumento dos casos de Covid-19, apesar do confinamento parcial decretado nesta cidade de 25 milhões de habitantes, capital econômica da China, o que provocou uma corrida aos supermercados.

Milhões de pessoas respeitaram o segundo dia de confinamento, depois que as autoridades dividiram a cidade em duas: os moradores da metade leste devem permanecer em suas casas por quatro dias e passar por testes obrigatórios.

A China registrou 6.886 casos de Covid-19 em todo território nesta terça-feira. Mais de 4,4 mil deles foram em Xangai, epicentro do maior foco da doença no país desde o início da pandemia.

As prateleiras de alguns supermercados da cidade ficaram totalmente vazias, enquanto os moradores corriam para abastecer suas residências antes do fechamento dos estabelecimentos. 

"Depois de não conseguir comprar nada esta manhã, voltei para dormir e sonhei que estava comprando comida no supermercado", escreveu um morador no Weibo, rede social chinesa similar ao Twitter. "Nunca teria pensado que, na sociedade atual, precisaria me preocupar com a compra de alimentos", acrescentou.

Em uma tentativa de manter a economia de Xangai em funcionamento, as autoridades evitaram os confinamentos rígidos aplicados em outras cidades chinesas e, desta vez, optaram por restrições direcionadas e progressivas.

A área confinada a partir de segunda-feira é o amplo distrito de Pudong, no leste, que inclui o principal aeroporto internacional e um centro financeiro.

O confinamento vai prosseguir até sexta-feira (1º) e depois será aplicado em Puxi, uma zona mais populosa do oeste, onde fica a área histórica de Bund, próxima ao rio. 

Situação dura 
Vários centros de exposições de Xangai foram transformados em centros de quarentena com leitos alinhados um ao outro.

Uma moradora de Xangai, que revelou apenas o sobrenome, Wang, disse à AFP que estava em um centro de quarentena de Pudong desde sábado, quando testou positivo para Covid-19.

"As condições do centro de quarentena improvisado são bastante duras", desabafou, relatando que 2,5 mil leitos de campanha estão reunidos na sala principal. 

"As condições dos banheiros não são suficientemente boas. A limpeza acontece duas vezes por dia, mas há muitas pessoas (usando). A situação é bastante ruim", disse.

Aeroportos, estações de trens e portos internacionais da cidade continuam funcionando, e as principais fábricas foram autorizadas a retomar as atividades após uma breve paralisação, noticiou a imprensa estatal. 

Nos últimos dois anos, a China conseguiu conter o coronavírus, em grande medida, com a aplicação de uma política de tolerância zero. Ela implica confinamentos em larga escala de cidades e províncias, mesmo com um número reduzido de casos. Apesar disso, a variante ômicron se mostra mais difícil de erradicar. 

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