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SOLIDARIEDADE

Onda de solidariedade nos países árabes com a ofensiva do Hamas contra Israel

Manifestações estudantis em universidades e nas arquibancadas de estádios são realizadas por palestinos

Pessoas agitam bandeiras nacionais sírias e palestinas durante uma manifestação em solidariedade ao povo da Palestina Pessoas agitam bandeiras nacionais sírias e palestinas durante uma manifestação em solidariedade ao povo da Palestina  - Foto: Louai Beshara/AFP

A ofensiva do movimento islamita palestino Hamas contra Israel provocou uma onda de solidariedade no mundo árabe e o nome da operação, "Dilúvio de Al Aqsa", viralizou nas redes sociais.

Desde os primeiros momentos da ofensiva lançada no sábado, que deixou centenas de mortos, muitos habitantes do Líbano saíram às ruas para festejar, tanto em Beirute e em sua periferia sul (bastião do movimento pró-Irã Hezbollah) como nos acampamentos de refugiados palestinos.

Também foi organizada uma manifestação estudantil em frente à Universidade Americana de Beirute. "Para nós, é uma causa justa e os apoiamos sempre. Se não podemos empunhar as armas, ao menos podemos apoiá-los", afirmou Rim Sobh, uma palestina de 18 anos.

Na cidade de Sídon, sul do país, próxima ao maior campo de refugiados palestinos do Líbano, as mesquitas propagaram orações e lemas para dar ânimo aos "resistentes palestinos".

"Resistência contra o opressor"
Em Damasco, capital da Síria, a ópera foi iluminada com as cores da bandeira palestina e muitos motoristas agitavam bandeiras palestinas e sírias e entoavam cânticos em homenagem à "resistência"

"Eu apoio os palestinos porque eles estão no seu direito. Eles não têm mais nada a perder", afirmou Marah Sleiman, uma funcionária da Universidade de Damasco.

"O ataque do Hamas fez renascer em nós um sentimento que havíamos esquecido há anos e nos devolveu a esperança de que chegue o dia em que possamos erguer a cabeça com orgulho", acrescentou a mulher de 42 anos.

As hashtags "Dilúvio de Al Aqsa" (a grande mesquita de Jerusalém, o terceiro local sagrado do Islã), "Palestina" e "Gaza sob bombardeios" ocupavam as primeiras posições no X (anteriormente Twitter) na maioria dos países árabes.

"Estamos acompanhando as informações em nossas telas. Não podemos fazer mais do que enviar mensagens de apoio a Gaza e a toda a Palestina", comentou Darin Dandashli, uma libanesa.

Em um vídeo divulgado no Instagram, o humorista libanês Shaden Fakih resume o clima em seu país, onde as pessoas costumam ter sentimentos ambíguos em relação à causa palestina: "Posso ser contra o Hamas e apoiar a resistência armada contra o opressor".

Nas redes de televisão nacionais e pan-árabes, apresentadores e convidados expressam apoio à ofensiva palestina.

Mesmo no Egito, apresentadores de programas pró-governo, geralmente hostis ao Hamas, aplaudiram "a resistência de um povo oprimido", vendo na ofensiva um "insulto à teoria da invencibilidade dos israelenses".

Nos estádios
No Egito, os protestos estão proibidos, e apenas uma pequena marcha foi realizada dentro do campus da Universidade Americana do Cairo.

Como é comum nos países árabes, a solidariedade com os palestinos também chegou às arquibancadas dos estádios.

Durante um jogo do Al-Ahly no Cairo, os torcedores desse time gritaram: "Pela nossa alma, pelo nosso sangue, nos sacrificamos por você, Palestina!".

Na Tunísia, foi convocada uma manifestação "em apoio à resistência palestina" na quinta-feira. Na segunda-feira, os alunos saudaram a bandeira palestina nas escolas, por iniciativa do Ministério da Educação.

Em Bagdá, vários grupos pró-iranianos organizaram manifestações onde empunharam bandeiras palestinas.

Vários governos árabes expressaram solidariedade com os palestinos, embora os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein, dois países do Golfo que normalizaram suas relações com Israel, tenham condenado o sequestro de civis israelenses.

Mesmo assim, dezenas de habitantes do Bahrein protestam quase diariamente em apoio à ofensiva do Hamas, com homens cobrindo o rosto com kufiyas (o tradicional lenço palestino) e mulheres vestindo niqab, para evitar possíveis represálias das autoridades.

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