Ondas de calor podem afetar Pernambuco? Veja o que diz especialista
Fenômeno acontece em diversos estados brasileiros, com um aumento de temperatura fora do comum e diminuição da umidade relativa do ar
Uma onda de calor perigosa passa por estados brasileiros até quinta-feira (12). Até o momento, o fenômeno afeta, principalmente, as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do País, e se caracteriza por uma alta diferença da temperatura registrada e a média histórica para aquela época do ano.
“Se a variação da temperatura registrada esperada para aquele período e região for de 5°C, por dois a três dias, já classificamos como um estágio de perigo de ondas de calor”, explicou, em entrevista para a Folha de Pernambuco, a meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Morgana Almeida.
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Para enfrentar essas ondas de calor, o Inmet emite alertas que preveem uma combinação de baixa umidade e altas temperaturas decorrentes da nova onda de calor.
De acordo com a previsão, o fenômeno deve afetar 1.746 municípios, e algumas cidades podem, inclusive, registrar mais de 40°C.
O Inmet classifica a gravidade das ondas em três níveis, divididas da seguinte maneira:
- Amarelo – Potencial Perigo
- Laranja – Perigo
- Vermelho – Grande Perigo
"O que temos de previsão, no momento, é que o Nordeste não deve receber aumentos significativos de temperatura e ondas de calor. Isso está se limitando, no momento, às regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país. Esse fenômeno tem sido monitorado a cada ano com maior frequência, muito por conta de fatores como a mudança climática, uso e ocupação do solo, além do manejo do fogo (queimadas)”, explicou a meteorologista do Inmet Morgana Almeida.
Em Pernambuco, apenas uma parte do território, no momento, faz parte do aviso de “Perigo”, de acordo com o Inmet.
Tratam-se de cidades do Sertão, como Petrolina, Araripina e Ouricuri. Nesses municípios, a umidade vai ser mais baixa, de 20 a 12%. Já a maior parte do território se encontra no grau amarelo, com umidade relativa do ar variando entre 30% e 20%.
O alerta de “Grande Perigo”, por sua vez, não pode ser visto agora e, historicamente, não costuma aparecer em Pernambuco, de acordo com o Inmet. “ Raramente emitimos avisos no último grau para Pernambuco. No Nordeste, é mais comum ver o grau em estados como Piauí e Bahia”, pontuou Morgana Almeida.
Clima seco em Pernambuco
Por mais que as ondas de calor não devam afetar Pernambuco, a previsão ainda é de temperaturas moderadas a altas pelo Estado.
A capital, Recife, de acordo com a Climatempo, deve registrar, até o próximo domingo (15), a temperatura máxima de 26°C, média que deve se manter para toda a Região Metropolitana.
No Interior, no entanto, a previsão é de clima quente e seco, com baixa umidade, principalmente no Sertão. Podem ser registradas, até domingo, temperaturas máximas de até 35°C (Salgueiro, Serra Talhada e Petrolina), 34°C (Ouricuri, Floresta, Afogados da Ingazeira) e 33°C (Araripina). Os dados são do site especializado tempo.com.
Com a chegada iminente da primavera em Pernambuco, no dia 22 de setembro, a expectativa é de um clima mais seco, com menos chuvas e umidade relativa do ar menor. A estação segue até 21 de dezembro.
Ainda assim, segundo a meteorologista, o fenômeno é comum, acontece todos os anos na região, e não deve provocar ondas de calor.
“O equinócio de primavera vai marcar o período em que ambos hemisférios vão receber a mesma quantidade de energia solar. Com isso, principalmente no Interior de Pernambuco, vamos ter a diminuição dos índices pluviométricos, ou seja, menos chuvas, e, consequentemente, um período mais seco. Isso é natural, e é um período muito crítico, que acontece todos os anos. O que agrava isso são as variações externas e também o fator local, com o desmatamento, e manejo descontrolado do fogo”, explicou a especialista.
O que fazer nesse período mais seco
Nesse período mais seco para o Interior do Estado, a umidade do ar deve diminuir , o que pode gerar perigo para a população. Para se proteger, a profissional passou algumas dicas a serem seguidas.
“As recomendações que passamos são que, nas horas mais quentes do dia, depois das 10h e antes das 16h, as pessoas evitem o contato direto com o sol, para não ficarem expostas à baixa umidade. Também recomendamos uma atenção maior para a hidratação, e também no cuidado redobrado com idosos e crianças”, disse a meteorologista.