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MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Ondas de frio, calor e enchentes: como lidar com os desafios impostos pelos extremos climáticos

Para especialistas, sociedade precisa aprender a lidar com os efeitos da mudança do clima, que é antropogênica (ou seja, causada pelo ser humano)

Agasalhada dos pés à cabeça, mulher tenta enfrentar o frio em Nova York, com quase -4ºC de temperaturaAgasalhada dos pés à cabeça, mulher tenta enfrentar o frio em Nova York, com quase -4ºC de temperatura - Foto: Angela Weiss/AFP

Trinta e um graus Celsius negativos. Essa foi a sensação térmica que torcedores de Kansas City Chiefs e Miami Dolphins precisaram enfrentar para assistir à partida entre as duas equipes pela National Football League (NFL), em 13 de janeiro.

A baixíssima temperatura daquela noite de sábado aconteceu durante uma onda de frio que assola boa parte dos Estados Unidos, do Canadá e de países europeus e deu ao jogo o gelado título de quarto mais frio da história do torneio de futebol americano. 

Horas antes da partida, vídeos compartilhados nas redes sociais trazem algumas imagens desse extremo climático. Em uma das gravações, um caminhoneiro mostra uma estrada no Kansas, no meio-oeste dos Estados Unidos, tomada por neve de todos os lados, e a força do vento, que faz o gelo se espalhar pela via.

No jogo, torcedores precisaram se agasalhar muito bem — a recomendação mais importante era para proteger as extremidades do corpo, mais vulneráveis às temperaturas congelantes.

A onda de frio é mortal nos Estados Unidos: pelo menos 70 pessoas morreram devido aos efeitos das baixas temperaturas. Cidades registraram recordes negativos, como Dillon, em Montana, que bateu -41ºC. E o frio não congela apenas os Estados Unidos: a Suécia anotou quase -44ºC e o Canadá, -50ºC.

Arrowhead Stadium, casa do Kansas City Chiefs, antes do jogo, com muita neve cobrindo arquibancadas e gramado (Foto: Reprodução)

Os extremos climáticos, eventos considerados de grandes proporções, que, geralmente, fogem às médias históricas, acontecem de forma abrupta e até inesperada. Esses extremos têm causado impactos significativos em diversas regiões do mundo, desencadeando fenômenos intensos, como furacões, enchentes e fortes ondas de calor e de frio.

Eventos desse tipo costumam causar interrupções e mudanças bruscas no funcionamento normal de uma comunidade, afetando o seu cotidiano.

Os efeitos incluem perdas humanas, materiais e econômicas. A crescente frequência e intensidade desses extremos apontam — ainda mais seriamente — para a urgência de ações globais para lidar com as mudanças climáticas e fortalecer a resiliência das sociedades diante desses desafios impostos.

Mas, se o aquecimento global é um conceito falado há anos pela comunidade científica e o planeta vem de um 2023 considerado o ano mais quente da história, com ondas de calor escaldantes de até 50ºC (positivos) em diversos países e temperaturas de deserto em grandes metrópoles, como podemos testemunhar esses eventos na outra extremidade do termômetro?

Nesse contexto, é importante pensar e deixar claro que o frio recorde não é um argumento plausível para negar o aquecimento global, como pondera o cientista e professor do Departamento de Botânica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Ulysses Paulino de Albuquerque, coordenador da Resiclima, rede voltada para estudos sobre mudanças climáticas que envolve pesquisadores de várias instituições do Brasil e do planeta.

"O clima é um fenômeno extremamente complexo e essa é uma abordagem multifacetada. Enquanto em algumas regiões, a gente pode estar presenciando o aquecimento generalizado das águas, isso leva a alterações em correntes atmosféricas oceanográficas em larga escala que promovem, por exemplo, ondas de frio intenso em outras regiões. Está tudo conectado", explica o professor.

"A gente vai ver cada vez mais chuvas intensas, frios intensos, ondas de calor intensas como a gente está vivendo aqui agora". 

Cientista e professor do Departamento de Botânica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Ulysses Paulino de Albuquerque  | Foto: Acervo Pessoal/Resiclima/Divulgação

Ulysses Paulino de Albuquerque também projeta que os extremos serão mais frequentes e intensos nos próximos anos.

"A tendência, pelos estudos e modelos climáticos, é que eles se tornem mais frequentes e intensos nos próximos anos. Isso implica em dizer que não há mais como remediar. A tendência agora é a gente ter que aprender a nos adaptar e a conviver com esses eventos. Não tem como retornar ao que era. Vamos ter que aprender porque esses eventos foram ocasionados pelas atitudes humanas, tanto que a gente fala em mudanças climáticas antropogênicas — ou seja, motivadas pelo seres humanos", alerta o professor Ulysses. 

A título de exemplo, o pesquisador cita que o Recife é uma das capitais do mundo mais ameaçadas pelos efeitos das mudanças climáticas. Essa "cidade aquacêntrica de alguns milhões de habitantes" é a 16ª mais vulnerável do mundo ao avanço do mar, segundo relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado em agosto de 2021.

"Pequenas alterações na temperatura podem fazer com que o Recife fique debaixo d'água. É uma das capitais do mundo mais ameaçadas pelas mudanças climáticas. Ou seja, é urgente que a gente tenha medidas para nos adaptar a essas mudanças, que serão mais intensas, mais frequentes e com impactos muito diversos", completa o especialista. 

Frio congelante nos Estados Unidos: extremos climáticos serão mais comuns e intensos, segundo pesquisador (Foto: AFP)

E quais os impactos dos extremos?
Os impactos das mudanças climáticas e seus extremos vão além daqueles que são mostrados rotineiramente no noticiário, como alagamentos, deslizamentos de barreira e grandes incêndios. O professor Ulysses indica que as implicações também se darão na saúde e na alimentação, por exemplo.

Doenças que não existem em determinadas regiões podem surgir a partir de pequenas alterações na temperatura ou na intensidade de chuvas:

"A gente, aqui no Nordeste, não tem que lidar com malária, por exemplo, mas a tendência é que a malária venha se aproximando cada vez mais do Nordeste por conta desses eventos climáticos e a gente não tem, aqui na região, a experiência e a expertise da região Norte do País par lidar com essa enfermidade", pondera Ulysses Paulino, que completa: "Temos um desafio imenso pela frente, não tem como tapar os olhos, não tem como a gente lidar com isso a não ser encarando por meio de políticas públicas de conscientização climática". 

Para o pesquisador, o problema não pode ser resolvido de forma individual, mas ampla, envolvendo os diversos atores que formam a sociedade — inclusive rechaçando ideias negacionistas acerca do tema. "Eu não consigo ver como um problema que se resolve de forma individual, ele precisa ser hierarquizado. É preciso que se vejam estratégicas que sejam políticas para que possamos lidar com isso", pontua. 

Pesquisador do Observatório de Clima e Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) e professor do Instituto Aggeu Magalhães (IAM/Fiocruz/PE), Christovam Barcellos explica que foram elencados quatro grandes grupos de possíveis problemas de saúde relacionados às mudanças climáticas:

- Doenças transmitidas por vetores: como malária, dengue e outras arboviroses e doença de Chagas;

- Problemas de saúde mental: ansiedade e outros quadros por conta da maior ocorrência de eventos extremos climáticos;

- Gastroenterites, hepatites, rotavírus: facilitadas ou agravadas por conta dos problemas de recursos hídricos; 

- Doenças respiratórias: junto com ondas de calor podem vir ondas de baixa umidade.

Christovam Barcellos também destaca que o sistema de saúde tem que pensar em algumas estratégias de adaptação para enfretar tais problemas, defende Christovam. "A mais óbvia é que o sistema tem que se adaptar a essas novas condições. Por exemplo, lugares que nunca tiveram malária ou dengue vão ter que fazer exames adequados para diagnóstico de malária. Você nem imagina um caso de dengue no Rio Grande do Sul, muitas vezes os médicos nem suspeitam", fala o pesquisador. 

Vulnerabilidade climática
Eventos climáticos extremos
não atingem todos da mesma forma, e é por isso que a comunidade científica fala no conceito de justiça climática, o entendimento de que os impactos das mudanças climáticas e seus extremos atingem os grupos sociais de forma e intensidade diferentes.

Embora vivam na mesma cidade, uma pessoa que mora em uma área de barreira, por exemplo, é mais vulnerável aos efeitos de uma tempestade acima da média histórica do que outra que vive em áreas planas e não afetadas por inundações. "Nem todo mundo está sujeito às mesmas consequências", acrescenta Ulysses Paulino.

Em Pernambuco, as chuvas de maio e junho de 2022, cujos efeitos como deslizamento de barreiras e inundações deixaram mais de 130 mortos, são um exemplo dessa situação.

O desastre natural, considerado o maior do século no Estado, escancarou ainda mais a problemática do déficit habitacional e expôs a necessidade de políticas públicas voltadas para a proteção dessa população e prevenção.

Só no Recife, que tem dois terços de seu território em áreas de morro, mais de 500 mil pessoas vivem em regiões de vulnerabilidade.

jardim monte verde recifeBuscas por corpos no Jardim Monte Verde após chuvas de maio e junho de 2022: maior desastre natural do século 21 em Pernambuco deixou mais de 130 mortos | Foto: Alexandre Aroeira/Folha de Pernambuco

Por fim, o professor Ulysses ressalta que é preciso abordar pontos-chave na discussão sobre o clima, como energias renováveis, conservação de ecossistemaspráticas agrícolas sustentáveis e educação ambiental em contraponto ao consumo de combustíveis fósseis e à emissão de gases.

"Eu não sou uma pessoa pessimista nem alarmista, mas acredito que um dos grandes desafios da nossa espécie no planeta é aprender a lidar com as consequências de nossas ações. Se a gente for fazer uma metáfora, estamos vendo agora como a natureza está se rebelando", finaliza o pesquisador. 

Christovam Barcellos ainda destaca que o mundo fala muito em "resiliência", que seria a capacidade de resistir diante de desastres e mudanças nos padrões atuais, como vem sendo observado. "Quem tem mais resiliência são as pessoas que têm uma renda. Desabou uma casa, tenta reconstruir sua casa ou se mudar. Uma pessoa que mora num lugar que tem risco de enchente, se ela tiver recursos suficientes, ela pode se mudar. Isso quer dizer que pessoas com menor renda e piores condições de habitação, em geral, são mais afetadas", ratifica.

"As pessoas que acham que estão protegidas porque têm mais dinheiro e moram numa casa melhor estão engandas. As mudanças climáticas podem afetar essas pessoas também. Você vê Boa Viagem [bairro da Zona Sul do Recife], que tem uma verdadeira guerra pela água, uma guerra subterrânea, é uma disputa enorme, não tem água para todo mundo"

Para o meteorologista da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) Thiago do Vale, do ano passado para este, não é possível nem falar apenas de extremos, mas também de recordes, já que vários de temperatura máxima foram seguidamente quebrados. Para explicar como os extremos estão se tornando mais intensos e frequentes, ele faz uma analogia:

"Imagine que você tem uma cesta com 100 bolas e que dessas bolas, 95 são brancas e cinco delas são vermelhas. Se você colocar a mão e tirar uma bola, a probabilidade maior de ocorrências são as brancas, porque tem mais. Então, 5% é justamente a chance de você pegar vermelha. Se a gente colocar isso para temperatura, o que a gente tem é que os eventos extremos são essas bolinhas. A probabilidade de ocorrer é de 5%, mas o extremo de hoje, a probabilidade de ocorrer é muito maior do que era há 20 anos. É como se você pegasse nessa cesta uma bolinha azul. Como é que você vai pegar uma bolinha azul se você só tem brancas e vermelhas? É porque está acontecendo uma mudança nessa série, que está fazendo com que haja novos elementos mais extremos do que os extremos que a gente conhecia."

Junto à Defesa Civil do Estado, a Apac tem por missão evitar tragédias por eventos extremos. É da Sala de Situação da agência que são emitidos alertas para a atuação da Defesa Civil em áreas de risco e sujeitas a tragédias, para que as pessoas que moram nelas sejam retiradas. 

"A Apac tem, junto com a Defesa Civil, a missão de evitar tragédias por eventos extremos. Temos a Sala de Situação, enviamos alertas para a Defesa Civil para que a Defesa Civil aja em áreas de risco e áreas sujeitas a tragédias, para retirar pessoas e mitigar efeitos de perdas de vidas humanas"

Thiago do Vale também diz que os estudos feitos sobre o Estado mostram uma dicotomia: a diminuição de chuvas de baixo volume e o aumento de chuvas de alto volume. "O que isso quer dizer? Está chovendo menos, mas quando chove, chove em excesso. Isso faz com que a quantidade de chuva que está ocorrendo no Estado, ela vá diminuir em seu volume anual — isso sim prejudica os recursos hídricos — mas quando chove, chove em excesso causando certo tipo de dano", completa o meteorologista. 

COP28, em DubaiCOP-28, em Dubai (Foto: Giuseppe Cacace/AFP)

COP: potencial liderança do Brasil
Autoridades de todo o mundo reuniram-se no final do ano passado, em Dubai, para a COP-28, cúpula das Organizações das Nações Unidas (ONU), para debater as mudanças climáticas, encontrar soluções para os problemas ambientais que afetam o planeta e negociar acordos. Tais acordos, no entanto, emperram nos interesses econômicos e geopolíticos, especialmente dos países mais ricos. Por isso, a COP foi muito criticada por não propor ações efetivas.

Para Christovam Barcellos, o Brasil, que irá sediar, em Belém, em 2025, a COP-30, tem grandes possibilidades de liderar o processo de mudança.

"Depois de três COPs realizadas em países grandes produtores de petróleo, finalmente vamos ter uma COP numa região pobre. Belém é a capital do Brasil com o maior número de favelas. De fazer uma COP em Dubai cada um com seu carro luxuoso que consome litros e litros de gasolina por dia, vamos agora para um lugar que as pessoas andam a pé com sol a pino, sol quente, muita favela, esgoto correndo na rua. Só isso já é um dado importante para a gente pensar em como a gente vai agir, é um choque de realidade", projeta Christovam Barcellos.

O pesquisador lembra que o Brasil também precisa fazer o seu dever de casa, como diminuir as emissões de gases, o desmatamento. "São várias medidas, não sei se estou sendo otimista demais, mas Belém pode ser uma virada de página", completa. 

Quais são os extremos climáticos?
O professor Ulysses Paulino define os extremos climáticos como eventos que fogem ao que é esperado como normal numa determinada localidade, em um determinado período de tempo. A classificação sobre o evento ser um extremo parte da percepção das médias históricas da região. Segundo o Observatório de Clima e Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), eventos climáticos extremos podem ser classificados das seguintes formas:

- Origem hidrológica: inundações bruscas e graduais, alagamentos, enchentes, deslizamentos;

- Geológicos ou geofísicos: processos erosivos, de movimentação de massa e deslizamentos resultantes de processos geológicos ou fenômenos geofísicos;

- Meteorológicos: raios, ciclones tropicais e extratropicais, tornados e vendavais;

- Climatológicos: estiagem e seca, queimadas e incêndios florestais, chuvas de granizo, geadas e ondas de frio e calor. 

No Brasil, diversos extremos foram registrados ao longo do ano passado, como as secas históricas em rios da Amazônia e no Nordeste; chuvas com níveis recordes em regiões como o litoral paulista; ar irrespirável no Amazonas; e a alta vazão das Cataratas do Iguaçu, no Paraná.

O Brasil registrou em 2023 o ano mais quente de sua história, com temperatura média anual de 24,92ºC, 0,69ºC acima da média histórica de 1991 a 2020, que é de 24,23ºC. O número é quase um grau superior ao registrado em 2022: 24,07ºC. O ano passado também superou o antigo recorde de ano mais quente, 24,89ºC, que pertencia a 2015.

Infográfico mostra as cinco maiores temperaturas anuais médias no Brasil, segundo dados do Inmet | Arte: Fabio Nóbrega/Folha de Pernambuco

Pernambuco também registrou recordes de temperatura em meses do segundo semestre do ano passado, segundo dados da Apac. Em agosto, Araripina, no Sertão, por exemplo, a Apac registrou máxima de 40,0ºC. Em outubro, em Cabrobó, no Sertão, o termômetro chegou a 40,4ºC. No mesmo mês, Petrolina, também no Sertão, alcançou 39,7ºC

Diversos municípios bateram recordes de temperatura no segundo semestre do ano passado, segundo a Apac (Arte: Fabio Nóbrega/Folha de Pernambuco)

“Muito vento e neve”
Para a jornalista recifense Priscilla Costa, que está há cinco anos como imigrante em Toronto, no Canadá, é impossível dissociar os eventos extremos, tanto de calor quanto de frio, dos reflexos do aquecimento global. Ela defende a união urgente dos países para traçar um plano global de mitigação dos efeitos.

Priscilla contou à Folha de Pernambuco como vivenciou a tempestade de neve do começo do mês. “Dias antes do último dia 12, que foi o dia que teve a tempestade de neve, o aplicativo Weather Network, app que a gente tem no celular, e os jornais, já estavam emitindo alertas - e, que quem pudesse ficar em casa, seria melhor. Porque até dirigir assim é arriscado. A tempestade começou por volta das 7 da noite e, embora a temperatura estivesse +2°C, a sensação térmica era de -3°C. Eu trabalho num bar à noite e, nesse dia, minha chefe mandou um áudio para que eu ficasse em casa”, lembra a jornalista. 

“Foi uma noite de muito vento e neve. Em poucos minutos, as ruas já estavam tomadas de neve e teve muito delay para a chegada dos metrôs às estações e muitas linhas de ônibus ficaram fora de serviço”, completa. 

Priscilla relata também que, apesar da tempestade ter feito muita gente ficar em casa, em 2023 o volume de neve foi maior. “Esse ano, a neve demorou mais a chegar. Mas, quando chegou, foi aquele caos, com direito à tempestade e tudo mais. Graças a Deus, agora estamos com pouquíssimos dias de neve. Só muito frio mesmo”, acrescenta a jornalista, lembrando que segue atenta aos aplicativos e noticiários: 

“Mais eventos extremos como esses podem acontecer, porque o inverno só começa a ir embora no início de março”.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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