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Faixa de Gaza

ONG aponta que 80% dos jovens da Faixa de Gaza têm problemas emocionais

Levantamento foi feito pela ONG Save the Children, após 15 anos de bloqueio israelense na região

Palestinos aproveitam entardecer em Beit Lahit, no norte da Faixa de Gaza, no início do verãoPalestinos aproveitam entardecer em Beit Lahit, no norte da Faixa de Gaza, no início do verão - Foto: Mohammed Abed/AFP

Quatro a cada cinco jovens na Faixa de Gaza sofrem de problemas emocionais, como depressão, informou nesta terça-feira (14) a ONG Save the Children, alertando para a deterioração da saúde mental no enclave palestino após 15 anos de bloqueio israelense.

A ONG afirma em seu estudo que "o bem-estar mental das crianças, jovens e seus acompanhantes se deteriorou consideravelmente desde um relatório semelhante elaborado em 2018, com um aumento do número de crianças que apresentam problemas emocionais de 55% para 80%".

A ONG britânica revela sintomas de depressão, ansiedade, medo e pensamentos suicidas no relatório atual, baseado em pesquisas com 488 jovens de 12 a 17 anos e 160 pais, e divulgado por ocasião dos 15 anos do bloqueio decretado por Israel em resposta à chegada do movimento islamita Hamas ao poder no enclave palestino.

A Save the Children lamenta a falta de perspectivas de mudança para os 2,3 milhões de habitantes de Gaza, 47% deles menores. Entre esses últimos, 800.000 não conheceram a vida antes do bloqueio israelense. 

"As crianças disseram que vivem em um estado permanente de medo, preocupação, tristeza e sofrimento, à espera do próximo ciclo de violência", disse Jason Lee, representante da ONG nos Territórios Palestinos.

Para a organização Human Rights Watch (HRW), o bloqueio “destruiu a economia de Gaza, contribuiu para a fragmentação do povo palestino e participou de crimes contra a humanidade de apartheid e perseguição das autoridades israelenses a milhões de palestinos”.

"Os jovens são os mais prejudicados, porque não conheceram Gaza antes do bloqueio. Seu horizonte se reduz forçadamente a uma faixa de terra de 40 por 11 quilômetros, o que limita suas opções de interação com o mundo e suas oportunidades", ressaltou o diretor da HRW para Israel e a Palestina, Omar Shakir.

Gaza se converteu em uma "prisão a céu aberto", denunciou Shakir, que também culpou o Egito, que restringe o acesso dos habitantes de Gaza ao seu território.

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