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Crise no Peru

ONG apresenta provas de abusos contra manifestantes à presidente do Peru

Segundo a advogada, seu relatório se baseia em informações recebidas das próprias autoridades

A presidente Dina Boluarte participando de uma cerimônia fúnebre em uma dependência policial nos arredores de Lima em 13 de fevereiro de 2023, em homenagem aos sete policiais mortos em 11 de fevereiro de 2023A presidente Dina Boluarte participando de uma cerimônia fúnebre em uma dependência policial nos arredores de Lima em 13 de fevereiro de 2023, em homenagem aos sete policiais mortos em 11 de fevereiro de 2023 - Foto: Melina Mejia / Presidência peruana / AFP

A ONG Anistia Internacional (AI) apresentou, nesta quarta-feira (15), à presidente do Peru, Dina Boluarte, provas de que agentes de segurança fizeram uso excessivo e letal da força durante a repressão às manifestações que, desde dezembro, exigem sua renúncia.

"Apresentamos as evidências colhidas em que as forças de segurança fizeram uso excessivo e desproporcional e, muitas vezes, letal da força, usando armamento contra pessoas que protestavam", informou Erika Guevara, diretora da AI para as Américas, após se reunir com Boluarte no palácio presidencial, em Lima.

Segundo a advogada, seu relatório se baseia em informações recebidas das próprias autoridades e reúne 46 casos documentados de violações dos direitos humanos, incluindo prisões arbitrárias e criminalização de manifestantes.

Erika reportou que, durante a conversa, a presidente peruana repetiu que, "da parte dela, nunca houve uma ordem para que fossem usadas armas letais no controle dos protestos". A diretora da AI acrescentou que, apesar da afirmação de Boluarte, existe uma série de provas da repressão letal aos manifestantes.

As provas colhidas pela AI incluem depoimentos de vítimas e parentes das mesmas em Lima (centro), Ayacucho, Andahuaylas e Puno (sudeste), além de entrevistas, relatórios oficiais e perícias.

A advogada mencionou que Boluarte ouviu "muito atenta" o relatório e expressou o compromisso do seu governo de avançar no atendimento às vítimas e seus familiares.

Após o pico das manifestações, em janeiro, o clamor nas ruas diminuiu na última semana.

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