Logo Folha de Pernambuco

Desmatamento

ONGs pedem que UE proíba importações do Brasil vinculadas ao desmatamento

Organizações buscarão debater proposta que proíba produtos que fomentam o desmatamento e e o controle de importações de carne bovina, soja, óleo de palma, cacau e café

Organizações ambientalistas com sede no Brasil pediram, nesta segunda-feira (14), à União Europeia (UE) a aprovação de uma legislação que proíba todas as importações vinculadas ao desmatamentoOrganizações ambientalistas com sede no Brasil pediram, nesta segunda-feira (14), à União Europeia (UE) a aprovação de uma legislação que proíba todas as importações vinculadas ao desmatamento - Foto: Op VERDE BRASIL/17/Agência Brasil

Dezenas de organizações ambientalistas com sede no Brasil pediram, nesta segunda-feira (14), à União Europeia (UE) a aprovação de uma legislação que proíba todas as importações vinculadas ao desmatamento, criticando as "lacunas" em um projeto de lei.

A carta das 34 organizações é divulgada enquanto os ministros do meio ambiente do bloco se preparam para se reunir na quinta-feira para debater uma proposta que proíba produtos que fomentam o desmatamento, o que imporia controles às importações de carne bovina, soja, óleo de palma, cacau e café. 

As organizações disseram que a proposta é "positiva e necessária", mas há pontos que precisam ser "melhorados" para que tenha um verdadeiro impacto no desmatamento em países exportadores como o Brasil, que abriga 60% da floresta amazônica e é líder na exportação de muitos destes produtos.

"O desmatamento precisa ser erradicado no mundo inteiro se a humanidade quiser ter uma chance de estabilizar o aquecimento da Terra", inicia a carta, assinada por grupos que incluem o escritório no Brasil do Fundo Mundial para a Natureza (WWF), o Observatório do Clima e The Nature Conservancy

A UE está entre os primeiros a redigir esta legislação desde que 141 países assinaram a chamada Declaração de Glasgow, um compromisso para "deter e reverter" o desmatamento até 2030.

O Brasil foi um dos signatários do compromisso voluntário, lançado na cúpula climática da ONU, em novembro do ano passado. Mas o desmatamento aumentou no país nos últimos anos, especialmente durante o governo de Jair Bolsonaro. 

Desde que o presidente de extrema direita, que tem no agronegócio uma de suas bases de sustentação mais sólidas, assumiu o poder, em 2019, o desmatamento anual médio na Amazônia brasileira aumentou mais de 75% em relação à década anterior.

As ONGs disseram que o esboço do plano, apresentado em novembro, define "florestas" de forma muito restritiva e exclui a maioria dos ecossistemas-chave no Brasil, como as áreas úmidas do Pantanal, o Cerrado e formações de gramíneas, como o Pampa, disseram.

Também instaram os funcionários da UE a adicionarem mais itens à lista de produtos a controlar, como algodão, milho e carne enlatada, e garantir que as medidas sejam aplicadas a fazendas inteiras, não só a parte delas.

"Em propriedades extensas, um proprietário pode manter uma área de produção livre de desmatamento para exportar para a Europa e desmatar em outra parte", disseram.

Também pediram "garantias firmes" sobre os direitos humanos, em particular para assegurar que a agroindústria não esteja expulsando povos indígenas de suas terras.

Veja também

Meteorologia prevê chuvas volumosas para boa parte do Brasil
chuvas

Meteorologia prevê chuvas volumosas para boa parte do Brasil

Cinco homens acusam indicada de Trump para Educação de permitir que fossem abusados quando menores
eua

Cinco homens acusam indicada de Trump para Educação de permitir que fossem abusados quando menores

Newsletter