ONU: 258 milhões de pessoas precisaram de ajuda alimentar de emergência em 2022
A insegurança alimentar aguda aumentou pelo quarto ano consecutivo
Um total de 258 milhões de pessoas precisaram de ajuda alimentar de emergência em 2022, devido aos conflitos, crises econômicas e catástrofes climáticas, um número muito superior aos 193 milhões do ano anterior, alertaram várias agências da ONU.
O relatório mundial sobre as crises alimentares é "uma dura crítica à humanidade, incapaz de avançar para eliminar a fome, o objetivo de desenvolvimento sustentável número dois da ONU”, lamentou o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.
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A insegurança alimentar aguda aumentou pelo quarto ano consecutivo, com milhões de pessoas "sofrendo uma fome tão severa que ameaça diretamente sua vida", destaca uma rede de 17 entidades, que inclui a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Programa Mundial de Alimentos (PMA) e a União Europeia (UE).
O relatório inclui 58 países, cinco a mais que o estudo anterior, o que contribuiu para o aumento dos números.
A insegurança alimentar aguda "permanece em um nível inaceitável", em particular na República Democrática do Congo, Etiópia, Afeganistão, Nigéria e Iêmen, alerta o documento.
"Os conflitos continuam sendo o principal motor das crises alimentares", destaca a FAO, mas as recessões econômicas, decorrentes da pandemia de Covid-19 e da guerra na Ucrânia, tiveram consequências graves em vários países em 2022.
Os fenômenos meteorológicos extremos relacionados com a mudança climática, como a seca histórica na região do Chifre da África ou as inundações no Paquistão, também agravaram a situação alimentar.