ORIENTE MÉDIO

ONU alerta contra cerco e bombardeios israelenses em Gaza

Ministério da Saúde do Hamas informa que 7.326 pessoas foram mortas em Gaza desde o início da guerra

Faixa de GazaFaixa de Gaza - Foto: Aris Messini/AFP

A ONU afirmou, nesta sexta-feira (27), que "muito mais" pessoas "morrerão em breve" na Faixa de Gaza pelo cerco de Israel, que fez uma nova incursão de infantaria no enclave palestino, ocorrendo a um ataque terrestre em resposta ao sangrento ataque do movimento islâmico palestino Hamas.

Centenas de milhares de civis vivem em condições humanitárias desastrosas no território restrito, completamente sitiado e bombardeado sem descanso por Israel desde o ataque do Hamas em 7 de outubro.

“Muitas mais (pessoas) morrerão em breve como resultado do cerco imposto à Faixa de Gaza” por Israel, denunciou nesta sexta o comissário-geral da agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA, na sigla em inglês), Philippe Lazzarini.

Gaza precisa de ajuda humanitária “significativa e contínua” para aliviar a falta de água, alimentos e eletricidade, acrescentou.

Segundo o Hamas, mais de 7.300 pessoas, a maioria delas civis e incluindo 3.038 crianças, morreram nos bombardeios no enclave palestino. Pelo menos 1.400 pessoas, também civis, em segunda sua maioria, morreram em Israel, segundo autoridades, pelas mãos do Hamas.

"Alvos do Hamas destruídos"
A Infantaria israelense lançou uma “incursão seletiva no setor central da Faixa de Gaza”, reforçada por “caças e drones”, antes de abandonar o território, anunciou o exército na manhã desta sexta-feira.

Imagens em preto e branco divulgadas pelo Exército, que ontem fez uma primeira incursão no norte da Faixa, mostraram uma fileira de veículos cegados à noite.

O Exército disse ter bombardeado alvos do Hamas "em toda a Faixa de Gaza", destruindo plataformas de lançamento de foguetes e centros de comando, em preparação para um ataque terrestre voluntário prometida por autoridades políticas e militares para "aniquilar" o Hamas.

Segundo as autoridades de Israel, 229 reféns israelenses com dupla nacionalidade, ou estrangeiros, foram capturados durante o ataque do Hamas, que até agora libertou quatro mulheres.

O grupo islâmico disse na quinta-feira que "cerca de 50" foram mortos em bombardeios israelenses.

A comunidade internacional tem as consequências de um ataque terrestre no enclave específico de 362 km², controlada desde 2007 pelo Hamas e onde a ajuda internacional mal chega a 2,4 milhões de habitantes.

"Corredores humanitários"
Desde 21 de outubro, 74 caminhões de ajuda entraram na Faixa de Gaza procedentes do Egito, anunciaram na quinta-feira o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA), um número muito insuficiente para a organização, que exige, sobretudo, combustível para fazer as infraestruturas de saúde funcionarem.

Antes do “cerco total” imposto por Israel em 9 de outubro, cerca de 500 caminhões chegavam ao enclave diariamente. Ante esta situação, os líderes dos 27 países da União Europeia (UE) pediram na quinta-feira a instalação de “corredores humanitários” e de “pausas” para a entrega de ajuda.

Na terça-feira, os Estados Unidos também sugeriram essas “pausas” humanitárias, em vez de um cessar-fogo, que “neste momento beneficiaria apenas o Hamas”.

Segundo o OCHA, citando o Ministério das Obras Públicas e de Habitação de Gaza, 45% das casas do território foram "danificadas ou destruídas" pelos bombardeios.

Quase 1,4 milhão de pessoas foram deslocadas para o sul da Faixa, fugindo dos bombardeios israelenses, embora cerca de 30 mil tenham retornado para o norte do território nos últimos dias, segundo a ONU.

"Voltamos para morrer nas nossas casas. Será mais digno", disse Abdallah Ayyad, que retornou para a Cidade de Gaza com sua mulher e cinco filhas.

Escalada regional
A guerra também despertou temores de uma conflagração regional. O Irã, um poderoso apoiador do Hamas, lançou várias advertências aos Estados Unidos, um aliado de Israel.

O secretário americano da Defesa, Lloyd Austin, anunciou que, ontem, os Estados Unidos atacaram duas instalações usadas pela Guarda Revolucionária Iraniana e por "grupos afiliados" no leste da Síria, em resposta a ataques contra "pessoal americano no Iraque e na Síria".

O ministro iraniano das Relações Exteriores, Hossein Amir Abdollah, enviou uma mensagem aos Estados Unidos na ONU: "Advirto que se o genocídio em Gaza continuar, não se livrarão desse fogo".

Biden respondeu à liderança iraniana que, se suas forças forem atacadas pelo Irã, “responderemos, estaremos preparados”.

A tensão também está aumentando na Cisjordânia, assim como na fronteira norte de Israel com o Líbano, onde ocorrem diariamente trocas de tiros entre o movimento Hezbollah, aliado do Hamas, e o Exército israelense.

Mais de 100 palestinos morreram na Cisjordânia em ataques e confrontos com o Exército israelense desde 7 de outubro, segundo o Ministério palestino da Saúde. E, nesta sexta, quatro pessoas morreram durante incursões de Israel, informou a agência oficial palestina Wafa.

Enquanto isso, seis pessoas ficaram feridas quando um foguete caiu na localidade egípcia de Taba, na fronteira com Israel, informou a imprensa local.

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