GUERRA NO ORIENTE MÉDIO

ONU calcula que pelo menos 17 mil crianças de Gaza foram separadas dos pais

Crickx afirmou que quando há guerra, é comum que uma família extensa cuide das crianças órfãs

Menina chora a morte de seus parentes, que foram mortos por bombardeios israelenses, em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza Menina chora a morte de seus parentes, que foram mortos por bombardeios israelenses, em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza  - Foto: AFP

Ao menos 17 mil crianças foram separadas dos pais na Faixa de Gaza ou estão desacompanhadas desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, há quase quatro meses, segundo uma estimativa das Nações Unidas divulgada nesta sexta-feira (2).

"Cada uma delas tem uma história comovente de dor e perda", disse Jonathan Crickx, porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) nos Territórios Palestinos.

"Este número equivale a 1% de toda a população de Gaza que foi deslocada, 1,7 milhão de pessoas", declarou Crickx por videoconferência em Jerusalém, durante uma coletiva de imprensa realizada em Genebra.

O porta-voz indicou que descobrir quem são estes menores desacompanhados está sendo "extremamente difícil", já que muitas vezes eles são internados em hospitais, feridos ou em estado de choque, e "simplesmente não conseguem nem dizer os seus nomes".

No entanto, em Gaza, "devido à total falta de alimentos, água ou abrigo, as famílias extensas também enfrentam momentos difíceis e desafios, como cuidar de outra criança, o que dificulta cuidar dos seus próprios filhos e dos seus familiares" mais próximos, explicou.

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No geral, o Unicef define crianças "separadas" como aquelas que estão sem os pais; e as "desacompanhadas" como aquelas que foram separadas dos pais e que, além disso, não estão sob os cuidados de nenhum parente.

Além disso, o porta-voz alertou que "quase todas as crianças" da Faixa, quase um milhão, necessitam de assistência psicológica, porque sua saúde mental foi fortemente impactada pela guerra.

A guerra em Gaza foi desencadeada pelo ataque cometido por combatentes do movimento islamista palestino Hamas no sul de Israel em 7 de outubro, quando mataram cerca de 1.163 pessoas, a maioria civis, e sequestraram cerca de 250, segundo o último relatório da AFP baseado em dados oficiais israelenses.

Cerca de 100 reféns foram trocados por prisioneiros palestinos em uma trégua de uma semana no final de novembro.

Em resposta ao ataque, Israel lançou uma ofensiva aérea e terrestre para "aniquilar" o Hamas, que até agora deixou pelo menos 27.131 mortos, a maioria mulheres e menores, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.

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