ONU: cortes de recursos podem deixar 24 milhões de pessoas à beira da fome
Especialistas calculam que para cada 1% de corte na ajuda alimentar, mais de 400 mil pessoas correm o risco de cair em uma situação de emergência
O Programa Mundial de Alimentos (PMA) alertou nesta terça-feira (12) que os cortes de recursos estão obrigando a agência a reduzir de maneira drástica a ajuda que distribui em vários países, uma situação que pode levar milhões de pessoas à beira da fome.
A agência da ONU afirmou em um comunicado que está sendo obrigada a adotar cortes tão drásticos que "mais 24 milhões de pessoas poderiam cair em uma situação de fome de emergência nos próximos 12 meses, o que significa um aumento de 50% na comparação com o atual nível".
O PMA explicou que enfrenta um déficit de financiamento de mais de 60% este ano, o índice mais elevado de sua história.
"Pela primeira vez na história, as contribuições ao PMA diminuíram, enquanto as necessidades aumentam de forma constante", afirmou em um comunicado a agência que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2020.
Leia também
• Brasil recebe presidência do G20 e propõe força-tarefa contra fome
• Fome e plantio são preocupações após ciclone extratropical no Sul do País; 87 cidades foram afetadas
• G20: Lula cobra redução da desigualdade e afirma que vai lançar "Aliança Global contra a Fome"
A queda nas contribuições pode ter consequências desastrosas. Os especialistas do PMA calculam que para cada 1% de corte na ajuda alimentar, mais de 400 mil pessoas correm o risco de cair em uma situação de emergência.
A diretora do PMA, a americana Cindy McCain, destacou a necessidade urgente de receber mais recursos.
"Se não recebermos o apoio que precisamos para evitar mais catástrofes, o mundo verá, sem dúvidas, mais conflitos, mais distúrbios e mais fome", disse.
“Ou atiçamos as chamas da instabilidade mundial ou trabalhamos rapidamente para apagar o fogo".