ONU crítica extração de minar resultados eleitorais na Guatemala
Presidente eleito da Guatemala, Bernardo Arévalo, que deve assumir o poder em 14 de janeiro
O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, criticou neste sábado (9) as tentativas "persistentes e sistemáticas" de minar o resultado das eleições presidenciais na Guatemala e pediu que se repetisse a vontade dos candidatos.
O presidente eleito da Guatemala, Bernardo Arévalo, que deve assumir o poder em 14 de janeiro, tem enfrentado uma experiência judicial desde a sua vitória no segundo turno das eleições, em agosto, incluindo tentativas de suspender o seu partido, o Movimento Semilla (Semente ), e de impedi-lo de assumir o poder.
Leia também
• China diz que busca acordo "aceitável" e que as negociações avançam na COP28
• Suprema Corte do Texas suspende permissão de aborto para mulher com gravidez de risco
• Família da iraniana Mahsa Amini está impedida de viajar para França para receber o Prémio Sakharov
Na sexta-feira, a promotora Leonor Morales garantiu que as eleições são "nulas" devido a supostas irregularidades administrativas no primeiro turno de junho, um novo ataque que Arévalo descreveu como um "golpe no coração da democracia" guatemalteca.
O alto comissário expressou sua preocupação com "as tentativas persistentes e sistemáticas da Procuradoria-Geral da Guatemala de minar os resultados das eleições gerais, ignorando a vontade dos eleitos".
“Os anúncios de sexta-feira, que buscam anular o resultado das eleições gerais e questionar a constituição e a existência do partido Movimento Semilla, são extremamente preocupantes”, afirmou Türk em comunicado.
“Peço mais uma vez às autoridades competentes, incluindo o atual presidente, assim como ao Poder Judiciário, que tomem medidas para preservar o Estado de Direito e garantir o respeito ao resultado eleitoral e, portanto, à vontade da maioria do povo”, disse o dirigente da ONU.
Türk enfatizou que o assédio judicial e a intimidação contra funcionários eleitorais e políticos eleitos são inaceitáveis.
Depois que a Procuradoria tentou anular os resultados eleitorais em meio às acusações de uma "tentativa de golpe de Estado", o tribunal eleitoral da Guatemala insistiu, na sexta-feira, que os resultados são "inalteráveis".
"É encorajador que, apesar da longa lista de ações judiciais e políticas tomadas por algumas autoridades, que claramente prejudicam a integridade do processo eleitoral e violam o Estado de direito e a democracia, a população está defendendo seus direitos e se opõe ao que considera como um roubo à sua vontade política", declarou Türk.
“É essencial preservar a democracia e o respeito pelos direitos humanos”, acrescentou.