ONU denuncia antissemitismo 'galopante' e ataques contra diversidade
80 anos depois, "o antissemitismo é desenfreado, em nossas ruas e online", observou Volker Türk, chefe de direitos humanos da ONU
Oitenta anos após o Holocausto, o antissemitismo é “desenfreado”, acusou o chefe de direitos humanos da ONU nesta sexta-feira (24), denunciando o crescente ataque à diversidade, em um momento em que Trump anunciou várias medidas a esse respeito.
Em uma declaração emitida por ocasião do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, que acontece em 27 de janeiro, Volker Türk disse que “as comemorações [...] também devem olhar para o presente e para o futuro”.
Ele alertou sobre “um discurso de ódio [que] ressoa em grande parte do mundo”.
Em 27 de janeiro de 1945, os soldados do Exército Vermelho entraram no campo de concentração e extermínio de Auschwitz-Birkenau, onde 7.000 sobreviventes, homens e mulheres, estavam sendo mantidos.
Mas, 80 anos depois, “o antissemitismo é desenfreado, em nossas ruas e online. Os judeus enfrentam cada vez mais intimidação, ameaças e violência física”, observou Türk.
“Com muita frequência, a discriminação e a desumanização superam a solidariedade e a compaixão, a diversidade é vista como uma ameaça e não como um bem precioso, e muitos líderes minam e enfraquecem o estado de direito”, disse ele.
O que deve ser feito, disse ele, é “celebrar a diversidade”.
O Alto Comissário não citou nenhum país ou líder, mas seu apelo veio em um momento em que Donald Trump está intensificando as medidas contra a diversidade nos Estados Unidos.
Desde que assumiu a presidência dos EUA na segunda-feira, ele suspendeu funcionários de programas de diversidade e prometeu acabar com as políticas em favor das pessoas trans.
“Temo que estejamos caminhando como sonâmbulos para um futuro sombrio no qual a dignidade humana e os direitos humanos sejam negados, apagados ou esquecidos”, disse Volker Türk.