ONU estuda relatos "preocupantes" sobre calor recorde no Ártico
Temperatura teria chegado a 38 graus Celsius na Sibéria
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) informou, nessa terça-feira (23), que está tentando confirmar relatos sobre uma medição de temperatura recorde de mais de 38 graus Celsius na Sibéria, dizendo que são "preocupantes", mas que parecem condizer com as tendências de aquecimento.
A OMM pediu às autoridades da Rússia que confirmem a medição de 38 graus Celsius relatada na cidade russa de Verkhoyansk, ao norte do Círculo Polar Ártico, no dia 21 de junho.
"Vimos imagens de satélite e é só uma massa vermelha. É impressionante e preocupante", disse a porta-voz da OMM, Clare Nullis, em entrevista coletiva em Genebra.
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O Ártico está se aquecendo duas vezes mais rápido do que a média global, e neste ano uma primavera siberiana com temperatura fora do normal derreteu gelo de superfície e rompeu o gelo de rios mais cedo que o usual.
O professor Randall Cerveny, relator de clima e eventos climáticos extremos da OMM, disse que uma equipe "reconheceu provisoriamente essa observação como legítima", o que para ele é condizente com outros dados regionais.
A Sibéria testemunhou um "calor excepcional" nas últimas semanas, acrescentou a OMM.
A agência das Nações Unidas sediada em Genebra espera receber notícias da agência meteorológica russa dentro de dias, e então iniciará seu próprio processo de verificação para descobrir se a medição é um recorde histórico.
Em fevereiro, a organização informou que uma base de pesquisa da Antártida registrou a temperatura mais elevada de todos os tempos no continente. "Mês após mês nos surpreendemos, preocupados com as medições de temperatura que vemos", disse Nullis.