Logo Folha de Pernambuco

conflitos

ONU pede à Colômbia que reforce segurança nas áreas de acordos de paz

O chefe da Missão de Verificação da ONU na Colômbia, Carlos Ruiz Massieu, lembrou que nas últimas duas semanas quatro ex-combatentes foram assassinados

Colômbia Colômbia  - Foto: Pixabay

A violência continua a ser o principal obstáculo à consolidação da paz na Colômbia, alertou, nesta quinta-feira (14), o representante no país do secretário-geral da ONU perante o Conselho de Segurança. 

Na presença do coordenador do relatório da Comissão da Verdade, Francisco José de Roux, e da vice-presidente e chanceler Marta Lucía Ramírez, o chefe da Missão de Verificação da ONU na Colômbia, Carlos Ruiz Massieu, lembrou que, nas últimas duas semanas, quatro ex-combatentes foram assassinados. 

Com isso, já são 331 ex-militantes das FARC mortos desde a assinatura, em 2016, do acordo de paz entre a guerrilha e o governo de Juan Manuel Santos.

"Uma prioridade para qualquer acordo de paz deve ser a salvaguarda das vidas daqueles que depuseram suas armas de boa fé com a garantia de que seriam protegidos", disse Ruiz Massieu. 

O funcionário da ONU culpou "atores armados ilegais" pela violência contra "comunidades, líderes e ex-guerrilheiros" em áreas marcadas pela pobreza e economias ilícitas onde a presença do Estado é "limitada". 

Este relatório, elaborado entre 26 de março e 27 de junho, é o último da presidência do conservador Iván Duque, que passará o bastão em 7 de agosto ao vencedor das eleições presidenciais de 19 de junho, o ex-guerrilheiro Gustavo Petro. 

Antes, em 20 de julho, tomará posse o novo Congresso, que contará com 16 deputados de zonas de conflito e 30% de mulheres, em "um reflexo da diversidade da vibrante sociedade colombiana", disse Ruiz Massieu. 

O representante da ONU espera que o novo Congresso aprove mais de trinta normas relacionadas à paz que ainda estão pendentes, como reforma rural e garantias de participação política. 

Ruiz Massieu alertou que a implementação das disposições étnicas do Acordo Final “continua relativamente baixa” e pediu “transparência” na utilização dos fundos para a implementação da paz. 

"O próximo governo tem uma enorme oportunidade e responsabilidade para acelerar a implementação do Acordo de Paz", lembrou, antes de concluir que "há boas, muito boas razões para otimismo".

O padre Francisco de Roux lembrou que mais de 10 milhões de pessoas foram afetadas pela guerra e que 450.000 morreram entre 1985 e 2018 – em sua grande maioria civis. 

Comunidades inteiras foram destruídas, enquanto mais de 8 milhões foram forçados a fugir de suas casas.

"Dói-nos ver que todos na Colômbia sabiam o que estava acontecendo. O mundo sabia o que estava acontecendo", disse ele.

Depois de pedir à comunidade internacional que contribua para a paz, acrescentou: "Queremos fazer da Colômbia o paradigma da reconciliação".

Veja também

Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos
Ucrânia

Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos

Hospitais de Gaza em risco por falta de combustível
Gaza

Hospitais de Gaza em risco por falta de combustível

Newsletter